Do rudimentar ao motorizado

Lino Marcon trabalha desde 1981 produzindo um material de construção milenar: o tijolo

01/01/2018 Empreendedorismo Carolina Padilha Alves Bruna Bueno

O início da história deste empreendedor se deu em Ipê, com apenas doze anos, em uma pequena olaria que seu pai montou, tocada a cavalo, onde o animal puxava os equipamentos para a fabricação dos tijolos. Aos poucos os serviços foram sendo motorizados, já que a demanda de trabalho começava a aumentar, surgindo a necessidade de se instalar em um espaço maior.

“Aluguei por sete anos a área de terra onde estamos até hoje. Pertencia a Fermino Camargo Branco e, após o seu falecimento, eu fui comprando os pedaços do terreno de pouco a pouco e o crescimento da empresa aconteceu a passos de formiga”, relembra Lino.

Na época, entre Vacaria, Campestre da Serra, Monte Alegre, Ipê e mais algumas cidades próximas, existiam em torno de vinte e duas olarias que abasteciam a região. Porém, o setor exigiu um rápido aprimoramento e melhorias no sistema produtivo, os quais resultaram em um investimento de grande porte. Por esse motivo, as empresas que não estavam dispostas ou não tinham condições de modificar sua estrutura, acabaram fechando as portas.

“Quem não investir e não se modernizar, não vence. É preciso obedecer às exigências, estar dentro das normas e com a cabeça no futuro e nas novidades do mercado”, afirma Lino.

Transformar a argila em tijolo parece um processo fácil, mas não é. A Cerâmica Santo Antônio conta hoje com um maquinário de ponta, como um forno de 84 metros de comprimento, que não libera a fumaça da matéria prima que ali é queimada para a natureza. “O tijolo que demorava antigamente em torno de vinte e cinco dias ficar pronto, desde a argila, até ele estar na obra, hoje, com a automatização, leva apenas cinco dias”, explica.

Na equipe de colaboradores estão pessoas que trabalham na empresa há mais de 20 anos, além de sua filha Camila, a qual cuida da parte administrativa. Como a maioria dos empreendedores, Lino encontrou dificuldades para manter sua fábrica em perfeito funcionamento durante a crise financeira que se instalou no país nos últimos anos.

“Tive muitas alegrias e histórias interessantes nessa caminhada, mas também muita preocupação. Passamos por sufocos, reduzimos custos de toda ordem e notamos que nos outros momentos de crise que passamos, dentro de no máximo um ano o Brasil voltava a funcionar. E dessa vez não está sendo assim”, comenta.

Com tanta experiência e uma mente criativa, sempre em busca de novas soluções, Lino dá o seu conselho: “Recomendo que qualquer família e empresa tenha uma reserva desde o início, pois sempre existirão altos e baixos. Em situação de dificuldade, é preciso ter uma poupança, para se manter e manter quem depende de você. Também é importante ter ligações, fazer parcerias. Ninguém cresce sozinho”.

Com 65 anos de vida e muita disposição, Lino busca conhecer cada vez mais a sua profissão, participando do Sindicato da Cerâmica do Estado do Rio Grande do Sul - Sindicer - onde já representou o nosso estado em encontros em todos os cantos do Brasil. Como membro, está sempre por dentro das novidades do mercado, se especializando e dividindo sua experiência com os demais profissionais do ramo.



 

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