Chevrolet Opala De Luxe 3800, ano e modelo 1971, de Fábio Manozzo
Quando Fábio Manozzo surgiu próximo à locação para as fotos desta edição, a primeira coisa que notamos foi o ronco forte do motor de um Chevrolet Opala De Luxe 3800, ano e modelo 1971. Caso não tivéssemos ouvido, o branco reluzente do carro com certeza já chamaria nossa atenção.
Acompanhado dos filhos Pedro Henrique, 12 anos e Miguel, 5, Manozzo fez questão de dizer que o automóvel faz parte dos objetos mais amados pelos “rebentos”. Já Sophia, 8, diz que “carros antigos não fazem seu estilo”, por isso nem cogitou fazer parte da sessão fotográfica. Há três anos, quando o empresário o comprou em Lages (SC), o Opala era dourado. Desde então, resolveu repintá-lo, além de restaurar o motor e outros itens, para que ficasse o mais próximo possível do original.
“Quero que meus filhos conheçam a história e ter automóveis clássicos é um bom começo”, resume Manozzo.
Ele ainda tem um Ford Galaxie que está sendo restaurado e vem buscando um Maverick. “Sempre gostei dos antigos e o trabalho de restauração dá ainda mais prazer”, salienta. Ele agradece Alessandro Rossoni e Lucas Daniel – o Gabarito, os restauradores. “Ainda bem que temos excelentes profissionais em Vacaria”, comenta Manozzo. Quando perguntado se venderia o Opala 71, diz que só aluga para eventos, como casamentos.
“Já me ofereceram a troca por um Chevrolet Cruze zero km, mas não quero vender. Nunca parei para calcular quanto o Opala valeria hoje. E nem quero”, avisa. E pelo que se percebe, o amor pelo modelo também é antigo. “Meu pai tinha um Opala”, diz, saudosista.
De acordo com a própria GM, o Opala foi o primeiro carro de passeio a sair de sua fábrica brasileira, localizada em São Caetano do Sul, Região Metropolitana de São Paulo, em 1968. Até hoje, é considerado um dos principais clássicos da marca. E do mundo automobilístico! Foi fabricado até 1992, depois de um milhão de unidades. Foi transformado em viatura policial, ambulância (na versão perua), táxi e, principalmente, automóvel de luxo. Era muito usado por grandes empresários e autoridades políticas. Talvez por causa de sua boa potência, ótimo torque, suspensão macia, direção fácil e bons freios, aliados ao conforto. Foi o retrato da cultura no Brasil, aparecendo em novelas, filmes e séries de TV.
Em 1972, foi eleito o “Carro do Ano” pela revista Autoesporte. Em 1976, foi a vez da revista Quatro Rodas apontá-lo como o mais veloz do País. Teve versões a álcool e gasolina, com câmbio de quatro e cinco velocidades. Seu sucessor oficial, o Omega, foi fabricado entre 1992 e 1998.
Ao olhar mais de perto, o carro de Fábio Manozzo cumpre perfeitamente o papel a que foi submetido: pneus com “banda branca”, largura de 205 milímetros, radiais, de perfil 75 e rodas aro 14; quatro portas, bancos individuais de couro, volante “de três raios” (original do modelo, mas importado), tapetes com detalhes da Chevrolet e um motor poderoso. Depois da reforma, rodou pouco mais de 54 mil quilômetros. “Gostamos muito de exibi-lo”, conta.
Até seu lançamento, o Opala foi conhecido por “Projeto 676”, já que a GM temia ser surpreendida pela concorrência. Sua estrutura e conceito foram “copiados” do Rekord, da fabricante alemã Opel, sucesso de vendas nas décadas de 1960 e 70. As revistas da época dizem que a Chevrolet apostava todas as fichas na concorrência do Opala com o Ford Maverick. Em 1974, o célebre motor 250/S, seria o que de melhor e “mais agressivo” havia sido mostrado ao mercado.
O Opala 71 de Fábio Manozzo recebeu este motor, o que lhe conferiu “uma pegada” mais forte. Segundo os especialistas, mesmo após o fim da produção do carro, as atualizações e aperfeiçoamentos desse motor não perdem em nada para a tecnologia de hoje.