Mundo dos games

Paulo Ricardo Pereira da Costa é um empreendedor da nossa cidade que trabalha com um setor quase desconhecido pelas novas gerações

01/05/2018 Empreendedorismo Carolina Padilha Alves Bruna Bueno

Em 1996, Paulo abria em Vacaria a PR Games, uma locadora de jogos virtuais, a qual iria competir com diversas outras que existiam na cidade. Na época, o empreendedor importava os games dos Estados Unidos e por isso demoravam bastante para chegar. As novidades no mundo dos jogos ele ficava sabendo por meio das assinaturas de revistas do setor que, ao chegar na sua casa, ele escolhia o que era de seu interesse e ligava para a central encomendando.

O ritmo de crianças, jovens e até adultos que iam no espaço jogar, era frenético. Uma fila gigantesca se formava na porta da locadora, que foi aumentando o número de computadores e jogos, para atender o máximo de clientes possível. A única dificuldade inicial que Paulo e sua esposa Rosmari enfrentaram, foi fazer com que os pais entendessem que a loja não era um fliperama.

“Naquele tempo, os fliperamas eram mal vistos, já que era permitido beber e fumar dentro desses locais. No nosso caso, o ambiente era totalmente familiar, e as pessoas vinham com o intuito apenas de jogar e colocar conversa fora com os amigos”, explica Paulo.

Com o passar dos anos, as lojas de eletrodomésticos começaram a vender os aparelhos de videogame, o que se tornou uma verdadeira pedra do sapato para o comércio de locadoras. A partir daí, as pessoas tiveram acesso em casa, e não saíam tanto para jogar fora e em grupo. “O que ainda segurava as pessoas aqui, era o fato de que se um controle ou um computador quebrasse, o problema era meu e eles não se envolviam com nada. Da mesma forma que aqui eu tinha uma variedade enorme de jogos, enquanto em casa eles teriam apenas um ou dois disponíveis”, diz Paulo.

No final de 1999 e início de 2000, a febre pela locação de filmes estava em seu ápice, e então Paulo decidiu colocar também VHS para locação. Porém, com o passar do tempo, houve a transição do VHS para DVD, o qual danifica com muito mais facilidade e acabou não sendo rentável para o negócio.

Hoje em dia, Paulo possui uma das únicas locadoras de games ainda em funcionamento na cidade, pois a demanda diminuiu bruscamente devido a chegada da tecnologia, internet, redes sociais e a possibilidade de jogar em casa.

“O pessoal costuma jogar um determinado jogo até cansar e troca com os amigos ou nos grupos do Facebook, por outro que seja de seu interesse. Foi perdido o costume de ir até o local, se reunir com outras pessoas para jogar e fazer campeonatos, como tantas vezes presenciei na loja”, relembra.

Apesar das dificuldades que o setor vem enfrentando, a locadora ainda mantém as suas atividades, recebendo crianças e jovens, além dos meninos que lá jogavam e que hoje levam seus filhos. “Tenho o orgulho de ver as gerações que passaram aqui dentro trazendo os seus filhos para aproveitarem o espaço, assim como tenho um prazer imenso em ver minha filha jogando. Participei da criação de crianças que hoje são adultos e que jamais esquecerão os tempos áureos do vídeo game”, declara Paulo.


 

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