No momento, infelizmente, só se fala na guerra que está acontecendo entre Israel e o grupo terrorista Hamas. Com isso, o C20 foi atrás de quem já pisou lá e nos traz suas impressões sobre o local. Na ocasião, Felipe Bianchini Rodrigues visitou locais conhecidos no mundo todo, como o Museu do Holocausto, o Muro das Lamentações, Túmulo do Rei Davi e o Mar Morto. Acompanhe conosco a Expedição super especial e informativa desta edição
Em novembro de 2016, Felipe, natural de Santa Catarina, mas que mora em Vacaria, pegou seu voo em direção a Israel. Sua visita ao país se deu pelo fato de ser judeu nascido no Brasil, e sempre ter alimentado o sonho de conhecer o lugar mais sagrado no mundo para os praticantes do Judaísmo: a cidade de Jerusalém.
“Lá você pode visitar o Muro das Lamentações, que é o único vestígio do antigo Templo de Jerusalém. Muitos judeus usam esse local para depositar os seus desejos por escrito. Eu sempre digo para as pessoas que depois que lá rezei, a minha vida mudou e meus pedidos foram realizados”, afirma ele.
É nítido perceber a diferença cultural entre o Brasil e Israel. Um exemplo é em relação à alimentação, já que o viajante nos conta que a grande maioria dos restaurantes e hotéis segue as leis da Kashrut (alimentos que podem ou não serem consumidos conforme o Judaísmo). Uma dessas leis é que não se deve misturar carne com leite, ou seja, na maioria dos lugares não encontra-se um hambúrguer com carne e queijo, ou até mesmo pedir um café com leite depois de ter comido carne. As regras da Kashrut também proíbem alimentos como camarão e porco, então aquele bacon nem pensar!
“Outra diferença é que em Israel o serviço militar é obrigatório tanto para homens, como para mulheres. O curioso é que essa regra se aplica apenas para os judeus, se você for cristão ou muçulmano o serviço militar não é obrigatório”, explica.
Outra curiosidade é que nos cemitérios de Jerusalém as pessoas colocam pedras nos túmulos ao invés de flores, porque as flores murcham e as pedras resistem para sempre.
Pontos turísticos importantes, segundo Felipe:
Túmulo do Rei Davi: não abriga apenas a tumba do rei histórico de Israel, mas também a sala onde a Última Ceia de Yeshua (Jesus) foi celebrada com seus discípulos;
Museu do Holocausto: símbolo em memória dos seis milhões de judeus assassinados durante a Segunda Guerra Mundial. Nele você vai ver de perto fotografias, cartas, maquetes e objetos pessoais dos judeus mortos no Holocausto;
Mar Morto: nele é possível tomar um banho medicinal e ter a experiência de entrar na água e não afundar, devido sua alta salinidade;
Fortaleza de Massada: construída no ano 30 a.C. pelo rei Herodes. O local é extremamente alto e, se você gosta de um desafio, pode subir a pé ou usar o teleférico que vai do centro turístico perto de Massada, até o topo da fortaleza;
Túmulo de Oskar Schindler: mesmo não sendo judeu, ajudou a salvar 1.200 judeus durante a segunda guerra mundial, por isso recebe homenagens até hoje em seu túmulo. O famoso filme "A Lista de Schindler" retrata esse acontecimento;
Tel Aviv: cidade que contrasta Jerusalém, sendo considerada jovem e moderna, com prédios altos e muita festa.
Felipe está de viagem marcada para lá, pretendendo retornar em Janeiro de 2024. Enquanto isso, acompanha notícias e conversa com amigos que moram no país para analisar a situação e ver se a visita torna-se viável ou não.
“Eu já tive a oportunidade de conhecer várias cidades pelo mundo, mas se me perguntassem qual delas eu recomendaria para todo mundo conhecer um dia, com certeza eu diria Jerusalém! A bagagem cultural que você vai trazer de lá é incrível e sua percepção de mundo vai mudar. É uma experiência única”, finaliza.
Felipe afirma que a realidade é muito diferente do que as pessoas imaginam. De um modo geral, é um país muito seguro para se visitar, já que em cada esquina você encontra uma pessoa ou um grupo do exército israelense que está ali justamente para garantir a segurança de todos. Inclusive, o Brasil está à frente de Israel na lista de "Países mais perigosos para turistas". Isto em épocas normais, excluindo a realidade atual, onde vivencia-se a guerra.
Este conflito acontece desde a fundação do Estado de Israel em 1948, quando a ONU propôs a divisão da Palestina em duas partes: uma para os judeus e a outra para os palestinos. Essa divisão não foi aceita pelos palestinos e, no dia seguinte, acontece a declaração de independência de Israel, quando toda a Liga Árabe já ataca e entra em guerra contra o povo judeu. Desde então, Israel sofre ataques dos seus vizinhos. Mas de lá pra cá, houve um aperfeiçoamento militar e hoje os israelitas contam com um moderno sistema anti-mísseis que intercepta os lançados contra seu território.