Aos vinte e um anos de idade, o fotógrafo Yhuri Ramos decidiu passar um tempo fora do país, escolhendo Londres por saber que lá o cenário da fotografia sempre foi muito forte. Com inúmeros aprendizados e uma enorme bagagem cultural, ele nos conta agora como foi essa experiência em solo inglês
Em Novembro 2012, Yhuri Ramos partiu em busca de seu sonho: viver em um país distante, ter contato com outra cultura e absorver o máximo de conhecimento para aplicar em sua profissão aqui no Brasil.
Para sobreviver nesse um ano e três meses em que esteve fora, trabalhou em bares, geralmente de quarta a domingo, desempenhando diferentes funções.
“No bar, aprendi e evoluí muito como ser humano. Deixei o orgulho de lado, ralei e me virei como podia! Aprendi a me comunicar em inglês e lutei para sobreviver em um país no qual tudo era muito difícil pra mim. Nos dias que eu tinha livre, aproveitava para conhecer a cidade, fotografar lugares diferentes e também para ser assistente de fotógrafos de moda, com o intuito de absorver novas técnicas com os profissionais experientes do segmento. Tive a oportunidade de fotografar em Milão uma modelo de uma grande agência de lá”, relembra.
O viajante nos conta que sua maior dificuldade foi a famosa mão inglesa, já que lá é tudo ao contrário do que estamos acostumados no Brasil.
“Dirigir em um carro do lado direito é muito louco. No começo dá um nó na cabeça até se acostumar. O perigo de ser atropelado na rua, olhando pro lado errado, é grande”, avisa ele.
Quando indagado sobre o que sentiu mais falta durante esse tempo longe, ele responde sem hesitar: família, amigos e a boa culinária brasileira. Yhuri nos conta que o café da manhã britânico, por exemplo, é bem “fat”, regado a feijão doce, linguiça, ovo frito, bacon e cogumelos. Sem falar que, segundo o vacariano, ele nunca tomou tanto chá na vida, já que para os ingleses tudo é motivo para tomar um cházinho.
Como sabemos, Londres é cheia de parques e áreas de lazer que deixam a cidade muito mais linda, aconchegante e hospitaleira. Ao entrar nesse assunto, Yhuri expõe a falta que faz mais espaços como esses em Vacaria. “Um parque assim, seria muito bem vindo em nosso município. Poderia, inclusive, ter em anexo um centro cultural, restaurantes, cafés, exposições, galerias, competições nos finais de semana promovidos pela própria prefeitura”, diz ele.
Segundo o fotógrafo, a mobilidade urbana na Europa é perfeita.
“Eles usam bike pra trabalhar e passear, já que a cidade estimula e propicia a infraestrutura para que isso aconteça. Com muita bike na rua, menos carros, menos poluição e menos trânsito. O transporte público funciona de verdade, tendo ônibus 24h por dia, de madrugada, de 1 em 1h, para qualquer lugar”, afirma. Ah, e sobre a pontualidade britânica, ele declara que o ditado não é um mito: “eles levam isso muito a sério”.
Hoje, anos depois de seu retorno, Yhuri afirma que não seria a mesma pessoa que se tornou, senão tivesse agarrado essa oportunidade de viajar com as duas mãos. Sair da zona de conforto, nem sempre é fácil, mas na maioria das vezes, é recompensadora.
“Tive a oportunidade de conhecer outros países, como Alemanha, Itália, França e Portugal. Visitei exposições, museus, teatros, palácios e vi a história de perto. Conheci pessoas de todos os cantos do mundo, bati de porta em porta em busca de uma oportunidade de trabalho, aprendi um novo idioma e comecei a valorizar cada segundo perto da minha família. Essas experiências jamais vão sair da minha cabeça”, conclui.
Se você ainda não foi a Londres, mas pensa em conhecê-la, Yhuri elenca lugares obrigatórios para estarem no roteiro:
Piccadilly Circus, Tower Bridge, London Eye, Palácio de Buckingham, Palácio Westminster, Big Ben, Bairro de Camden Town, Brick Lane, Trafalgar Square, National Gallery, Oxford Street, e claro, grandes parques como Green Park, Hyde Park, Regents Park e Primrose Hill.