A clássica e fantástica França

O BRAFITEC é um programa de estudos no exterior, coordenado pela CAPES, que consiste no intercâmbio de estudantes de Engenharia em graduação, entre Brasil e França. E foi dessa proposta que Manoela Brito decidiu participar, ficando um ano fora de seu país, estudando e absorvendo ao máximo a cultura francesa

01/04/2021 Expedição Carolina Padilha Alves

Manoela Brito estuda Engenharia Civil na PUC, em Porto Alegre, e foi em função de sua faculdade que abraçou a oportunidade de estudar no exterior. Lá, cursou o segundo ano do Master Smart Cities (mestrado em cidades inteligentes) na cidade de Lille, na Université Catholique de Lille. Seu ano foi organizado em duas partes, sendo que a primeira era com aulas em turno integral nos primeiros seis meses, e o segundo semestre foi inteiro destinado à experiência profissional, em Paris.

“Como poderia adquirir experiência em qualquer lugar da França e eu sempre tive sonho de morar em Paris, escolhi trabalhar em uma empresa focada na gestão BIM (Building Information Model) que é uma tecnologia essencial para minha formação. Realizei o estágio na empresa Groupe Builders & Partners, onde fui muito bem recebida e tratada durante todos os meses de permanência”, afirma a viajante.

Quando indagada sobre o que mais lhe chamou a atenção nas duas cidades que morou, ela não hesita em responder que foram os meios de locomoção. Manu nos conta que tudo é feito de bicicleta ou a pé. “Em Lille, por não ser uma cidade muito grande, existem somente duas linhas de metrô que passam no centro. Há muitos ciclistas lá, e como eu estava com o objetivo de me adaptar ao lugar, fiz um plano anual de bicicleta, que se chama Lille Velo, com um preço super acessível e tem estações de bicicleta a cada quatro quadras em média. Além disso, eu caminhava muito também, coisa que não estou acostumada a fazer no Brasil, e isso me fez muito bem. Tinha uma média diária de 12 km caminhando por dia”, relembra.

Já em Paris, como a cidade é maior, o transporte de metrô é muito eficiente, sendo possível chegar em qualquer lugar da região da grande Paris de metrô. Manoela fala sobre como é surpreendente ver o transporte sendo bem organizado, controlado, e que você pode se virar tranquilamente sem carro.

A culinária francesa talvez seja uma das partes mais importantes quando este país é visitado. A vacariana explica que o baguette (pão francês, que é bem diferente do que temos no Brasil) é um dos alimentos mais tradicionais e estará presente em quase todas as refeições. As comidas são geralmente com bastante molho, justamente para poder molhar o pão.

“Em qualquer lugar que vá, vai ter sempre uma boulangerie, que é uma padaria e tem quase todas as especialidades francesas que se ouve falar, como Croissant, Baguette, Pain Chocolate, Macarons, Madeleine, Profiterole, Croque Monsieur, Opéra, Quiche Lorraine, entre outros. Você pode comprar qualquer comidinha dessas com apenas 2 euros. Outro fato importante é que todas as refeições principais são sempre acompanhadas de um bom vinho, que custa em média 5 euros”, comenta.

Outro ponto que deixou a visitante boquiaberta foi a arquitetura. Ela relembra que em Lille as casas são estreitas e compridas, dando a impressão que são bem pequenas e quando você entra fica desacreditado de como pode ser tão grande. Geralmente são de tijolos a vista e possuem jardim de inverno. “Na rua onde morava, a maioria das casas foram construídas por volta de 1920. Elas são geralmente reformadas e novinhas por dentro”. Paris, por sua vez, é clássica, bem diferente de Lille, mais rica e elegante. É muito bem organizada e todas as ruas são alinhadas para formar quadras de mesmas dimensões.

“Todos os monumentos principais como o Arc du Triomphe, Palais Garnier, Place du Trocadéro, Tour Eiffel, Place des Invalides e o Panthéon, ficam localizados no meio das avenidas principais, as quais fazem um contorno no monumento para dar mais enfoque a sua importância deixando a cidade mais linda”, diz.

Entre tantos lugares que conheceu e momentos que Manoela viveu nesses doze meses, ela cita alguns que foram muito especiais e dá dicas para quem também quiser visitar:

  • Na época de colheita de uvas, por volta de setembro, há a região onde se produz vinho. Bordeaux é a capital mundial do vinho e fica localizada no sudoeste do país, é uma cidade linda e fica cercada de diversas vilas onde há muitas vinícolas;

  • A terra da champagne não é a mesma do vinho. Esta fica entre as cidades de Rennes e Epernay. Lá é possível fazer uma visita na Moet&Chandon, na Veulve Cliquot e aprender sobre como é feita a produção da real champagne;

  • É possível conhecer todas as praias do Sul viajando só de trem. As passagens podem custar de 3 a 20 euros, dependendo das distâncias. Uma semana no Sul da França seria o fundamental para conhecer as praias mais bonitas. Nice e Cannes tem uma grande faixa de praia, com prédios e hotéis clássicos;

  • A visita ao palácio de Versailles e aos seus jardins é imperdível. Aconselho comprar o ticket que permite acesso às aldeias, pois um dia lá é como estar em um filme da Disney.

Por fim, Manoela, que tem apenas vinte e três anos e já está em seu segundo intercâmbio, tendo feito o primeiro em 2015 e este segundo em 2019, já pensa qual será seu próximo destino.

“É comum todas as pessoas que fizeram intercâmbio só trazerem respostas positivas a isso, afirmando que foi a melhor experiência de suas vidas. E elas falam isso, pois realmente é! São aprendizados constantes que fazem com que evolua muito em pouco tempo. Sempre que me perguntarem se vale a pena ficar um tempo fora, falarei que sim, e com muita certeza. Tudo é diferente de como você espera que seja, e comigo foi surpreendentemente melhor”, finaliza.



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