Danieli Guazzelli fez o que muitas pessoas não teriam coragem: sair em um mochilão, para conhecer outro país, sozinha. Peru foi o destino e as experiências foram as melhores possíveis, além do sentimento de reencontro consigo mesma
Foi um mês intenso na vida de Danieli, vacariana que colocou uma mochila cargueira nas costas em Junho de 2019, e foi conhecer um dos países mais místicos e diferentes do mundo. No Peru, comemorou seu aniversário de vinte e cinco anos, em meio a uma cultura tão diferente e pessoas desconhecidas.
Em sua segunda viagem sozinha, já que a primeira foi para Colômbia, Danieli comenta que muitos a chamam de louca por ir para a estrada sem uma companhia fixa.
“Sair de um país levando poucos pertences e sem saber o que te aguarda, dá um frio na barriga sem igual. Indicaria a todos essa experiência, pois é uma maneira de se conhecer e ver o que é capaz”, comenta.
Sobre o medo de viajar sozinha? Isso ela tira de letra! “Hoje em dia com a tecnologia tudo se torna mais fácil e, quando ela falta, vai na mímica mesmo. Eu peço apenas proteção a Deus e me jogo, pois sem dúvida em algum momento vai dar um problema, vou querer voltar pra casa, posso passar mal, o voo pode atrasar, o dinheiro pode acabar... mas cada acontecimento ensina uma coisa diferente e os percalços só ajudam a crescer”, diz a viajante.
Danieli elenca as maiores diferenças que encontrou entre seu país e o Peru, como a comida exótica, com pratos que serviam a carne do porquinho da índia, lá chamado Cuy. Os 5.200 metros acima do nível do mar, mesmo aclimatado e tomando muito chá de folha de coca, foi outro ponto alto da viagem, pois o corpo pesa, o nariz sangra e provoca enjoos nos turistas.
Sobre os peruanos, a mochileira explica uma curiosidade que interliga a temperatura da região, com o humor dos moradores.
“Em Lima o clima não é muito receptivo, pois a cada dez dias, apenas um sai sol, o que explica as pessoas estarem com aparência de “aborrecidas”, pelo fato do dia estar nublado. Apesar de ser um povo sofrido, fui muito bem recebida em Cusco, Arequipa e outras cidades menores que visitei. As pessoas que conheci tentaram tornar minha estadia boa e animada do começo ao fim”, recorda.
Entre tantos passeios lindos que podem ser feitos ao redor do país, a conterrânea elencou os lugares que mais lhe chamaram a atenção.
Laguna Humantay: de difícil acesso para quem opta fazer a pé os 4km de subida, mas que sem dúvida a vista final é de tirar o fôlego;
Vinicunca ou Rainbow Mountain: a famosa montanha de sete cores oferece uma imagem pra se guardar pra vida toda. Ela é considerada de difícil acesso também, por ter seu topo a 5.200 metros de altitude acima do nível do mar. Mas vale frisar que as duas trilhas oferecem uma opção pra quem não tem preparo e sofre de algum problema de saúde, sendo disponibilizado cavalos ou mulas a um preço de 80 soles;
Huacachina em Ica: um oásis no meio do deserto, com direito a passeio de Bug naquela imensidão de areia;
Passeio de barco em Paracas nas Ilhas Ballestas, onde dá para ver os pinguins de Humboldt, pelicanos, gaivotas, leões marinhos, entre outros.
Para Danieli, sair da rotina a fez sentir viva e retornou para sua cidade natal querendo muito mais. “É tão incrível conhecer culturas, culinárias, crenças, coisas diferentes, muito longe do que você está acostumada. Mochilão é assim, você opta sempre pelos meios mais baratos e aí dorme em hostels, em quartos mistos junto com alemães, turcos, franceses, ingleses, e todos estão ali pelo mesmo motivo que você. A imensidão do mundo não é pra assustar e sim pra inspirar,” conclui.