Cinco dias no meio do mato, fazendo trilhas quilométricas, dormindo em barracas e sem conexão nenhuma com a internet. Essa foi a viagem de Caroline Silveira de Lima, que visitou a floresta Amazônica em Junho de 2023 e nos conta sobre essa experiência completamente inusitada para quem mora no Sul do país
As expedições que trazemos mensalmente, em sua maioria, são para fora do Brasil. Porém, quando o assunto é tão diferente, interessante e com um destino tão distante quanto este, acreditamos que vale a pena ser contado.
Vamos viajar diretamente para um seringal, localizado no município de Lábrea, no Estado Amazonas, pelos olhos de Caroline, vacariana que adora conhecer lugares novos, outras culturas, comidas, pessoas, ter contato com a natureza, enfim, sair fora da caixinha.
“Tudo começou chegando em Rio Branco, no Acre, onde ficamos hospedados até o dia seguinte, para que fosse realizado o deslocamento de ônibus até o seringal. Nesse curto espaço de tempo, consegui visitar o mercado público, a praça central e algumas lojinhas na região central da cidade”, relembra.
O deslocamento até a floresta durou em torno de três horas. Chegando lá, Caroline teve sua primeira experiência dormindo em barracas no meio do mato. O local contava com infraestrutura de banheiro e refeitório.
“No dia seguinte fizemos uma trilha, onde foi contado e demonstrado a forma como os seringueiros extraem o látex, um trabalho nada tecnológico, mas extremamente técnico. A trilha maior ficou para o dia seguinte: 14 km, entre ida e volta, experiência que eu recomendo, pois ali pude perceber a grandiosidade da natureza. Amei ouvir a floresta, o estremecer das árvores, cantar das aves e perceber o quão pequenos somos diante de tudo que há”, revela a turista.
Caroline nos explica que, assim como aqui temos a Araucária, na região norte tem a Samaúma, que é considerada a Rainha da Floresta Amazônica, sagrada para os povos antigos, pois sua copa se projeta acima de todas as demais árvores servindo de abrigo e proteção para outras espécies de flora e para inúmeros pássaros e insetos.
E como a viagem aconteceu no mês de Junho, lá também teve festa!
“O São João na roça teve fogueira, quadrilha, forró e claro, muita comida boa. Os bolos de macaxeira, tapioca, chocolate, milho, castanha com doce de leite, além da canjica, lá conhecida por munguzá. Também tinham comidas salgadas, como galinha picante, churrasquinhos e a baixaria, comida típica do Acre, que é um prato composto de carne moída, cuscuz e ovo”, conta ela, com água na boca.
Apesar de extremamente exaustivo, já que este tipo de passeio requer bastante preparo físico para aguentar longas caminhadas e altas temperaturas, a viajante define sua trip como gratificante, pois descobriu a beleza na simplicidade.
“Ficar praticamente sem comunicação fez com que eu enxergasse que a verdadeira riqueza não está no material. Viajar é cultura”, finaliza.