Batucata

Tiago Magrin é mais um talento conterrâneo que, com anos de estrada, hoje vive da música e dedica seu tempo para ensinar diversos instrumentos para seus alunos. E quando falamos em ensinar, não é somente a tocar, mas também a construí-los usando sucata.

Seu projeto, chamado Batucata, existe desde 2010 e atualmente funciona em Muitos Capões, na Escola Municipal Gina Guagnini. Lá, entre canos e garrafas, os instrumentos são confeccionados pelos próprios alunos, como xilofone, bateria e marimba, onde depois de prontos, funcionam perfeitamente, como aqueles retirados em loja.

O Batucata já foi vencedor duplamente, tirando o 1º lugar na categoria Melhor Projeto Musical do Rio Grande do Sul e 1º lugar como Melhor Projeto Social do Estado pela FAMURS, concorrendo com aproximadamente quatrocentos e cinquenta municípios gaúchos.

“Depois que vencemos esse prêmio, o pessoal começou a prestar mais atenção no nosso trabalho e a acreditar que aquilo realmente poderia dar certo”, comenta o professor.

Os alunos do Batucata fizeram uma participação especial no DVD da banda vacariana Poetas e Boêmios, além de já terem dois DVDs próprios gravados e um CD, os quais ainda não foram transformados em discos físicos, pelo alto investimento que o processo requer.

Tiago ainda atua na Banda Municipal de Muitos Capões, que conta com cinquenta participantes, além de ser baterista da Orquestra Sinfônica de Lages. “Na orquestra eu aprendo demais com meus colegas e principalmente com o maestro Joed Jeffer, o qual não está preocupado em reter o conhecimento só para ele, mas sim passar aos demais”, diz o músico.

Em nossa cidade, Magrin, que é incansável em seu trabalho e abraça inúmeras propostas, é maestro na Associação da Orquestra de Vacaria, onde os encontros acontecem no Centro Educacional Don Orlando Dotti. Também continua fazendo aulas de canto e outros instrumentos, pois acredita que o estudo nunca deve parar.

“Na geração atual, é impossível você se entitular músico sabendo apenas um instrumento. Assim como fica difícil você ser professor, e não ter um leque maior para ensinar seus alunos o instrumento que eles têm vontade de aprender. É necessário entender um pouco de tudo”, afirma.

Até o final deste ano, duas metas foram colocadas por Magrin: acabar sua faculdade de música e terminar de construir o seu estúdio com sala de aula em sua própria casa, para atender a demanda de seus alunos, mas sem deixar seus projetos e outras atuações de lado.