Elisa Canal decidiu viver uma experiência completamente diferente do que temos aqui no Ocidente e seguiu para a Ásia, passando por cinco países em três meses. Hoje, ela nos conta como foi viver em Sri Lanka e quais os aprendizados que trouxe na mala
Sem roteiro definido, Elisa pegou o avião com destino a Indonésia no ano de 2018, onde fez trabalho voluntário na cidade de Padang. Ela sabia que, finalizando essa primeira experiência, ela seguiria viagem para outros países vizinhos que fossem do seu interesse. Deixando as coisas fluírem, um lugar foi levando a outro, completando o seguinte roteiro: Singapura, Indonésia, Tailândia, Sri Lanka e Malásia.
“De cara, eu morei na casa de muçulmanos na Indonésia, onde pude viver quase como uma muçulmana. Visitei mesquitas, participei de celebrações religiosas, experimentei a culinária, etc. Depois disso, eu passei um mês na Tailândia morando numa casa estilo caverna, sem energia elétrica, onde eu convivia amigavelmente com diversos animais que por vezes acabavam entrando dentro da casa, como insetos, esquilos, lagartos e até cobras! Até chegar no Sri Lanka, onde passei aproximadamente um mês, me dedicando a aprender o surf e a praticar yoga, conheci muitos amigos e curti a vida de praia da melhor maneira possível”, relembra.
Elisa nos conta que lá, as práticas religiosas são levadas muito a sério. A religião influencia diretamente na própria economia, na política e no comportamento das pessoas no geral, sendo o pilar dos comportamentos da sociedade como um todo.
Além disso, a vacariana nos fala que a culinária é totalmente diferente da brasileira, bem como a maneira de se vestir, os costumes, as condições sanitárias e especialmente a posição da mulher na sociedade.
“O povo do Sudeste Asiático, e especificamente o cingalês (pessoa natural do Sri Lanka), esbanja espiritualidade e a maneira com que eles interagem com a natureza é muito bonita. Por exemplo, todo dia de Lua Cheia lá é feriado, pois esse dia é dedicado à contemplação e à observância e também é proibida a venda de bebidas alcoólicas durante essas 24 horas”, explica a viajante.
A vacariana sentiu a sensação de estar rodeada por paparazzis em alguns momentos, já que pessoas locais pediam para tirar fotos, notando que ela era turista, e indagando de onde vinha, o que estava fazendo lá e, principalmente, estranhando o fato dela estar viajando sozinha.
“Nos países onde passei, as mulheres ainda não atingiram a liberdade que aqui no Ocidente, pra gente, é absolutamente normal. Por exemplo, em West Sumatra, onde a maior parte da população é muçulmana, a mulher segue diversas regras de vestimenta e inclusive não pode usar roupa de banho na praia. Já na Tailândia e no Sri Lanka, com a religião budista predominante, era mais tranquilo, mas mesmo assim algumas liberdades não eram recomendadas”, afirma.
Dentre os países que visitou, Elisa destaca os pontos turísticos que não podem faltar ao chegar no Sri Lanka:
- Viagens de trem: um dos maiores atrativos do país, já que lá o translado não é simples. São poucas (ou quase nenhuma) opções de voos e ônibus para cruzar o país e a viagem de trem se torna um espetáculo à parte. É possível admirar as belas paisagens montanhosas, as densas selvas e as praias da costa também;
- Praias da Costa Sul e Leste: vale a pena se aventurar no surf, que é uma atividade local bastante forte;
- Fazer trilhas ou apenas admirar as cadeias de montanhas da região de Ella e Kandy;
- Visitar as formações rochosas de Sigiriya e o Parque Nacional de Yala;
- Safari com chances altíssimas de avistar búfalos, elefantes e leopardos em seu habitat natural;
- Templos budistas e plantações de chá, que são de tirar o fôlego.
Depois desse desafio concluído, Elisa aponta que as virtudes de adaptação, paciência, respeito e compreensão, foram as que levaram ela a encarar todos os obstáculos e entender a importância de sair da zona de conforto, ao menos uma vez na vida.
“Toda essa diversidade cultural que presenciei me permitiu concluir que o ser humano tem uma capacidade muito grande de se adaptar a qualquer lugar e não há destino que não possa ser desbravado por um bom aventureiro. Sempre tive em mente que sem desafio, não há transformação, e é exatamente essa mensagem que eu gostaria de passar para as pessoas por meio da minha experiência”, finaliza a viajante.