Sully Ferreira Brignoni é formada em Dança e teve a oportunidade de se aprofundar no Flamenco, fazendo cursos na Espanha com professores renomados dentro do cenário
Aos quatro anos de idade, Sully descobriu sua paixão pelos palcos. Por influência de sua família, que sempre gostou muito de CTG e rodeios, ingressou no Sentinela da Querência, onde iniciou sua vida artística.
Já aos oito anos, estudando no antigo colégio São José, descobriu as aulas de instrumentos musicais e canto, que as freiras coordenavam. Foi assim, sempre com o incentivo de seus pais, que aprendeu a soltar a voz e, ao entrar para o CTG Rancho da Integração, recebeu apoio de seus professores e começou a ganhar troféus em disparada, em concursos de canto por todo o estado.
Ao chegar na época de prestar vestibular, a jovem de apenas dezesseis anos, escolheu a medicina como profissão. E foi então que teve uma surpresa.
“Meus pais fizeram por conta a minha inscrição na faculdade de Dança da UERGS, em Montenegro, sem me avisar. Fiquei tensa com aquela atitude, mas acabei aceitando e foi onde tive contato com outros estilos de dança, artes visuais, música e teatro. Lá nos ensinaram muito mais que a técnica, mas também a montar um espetáculo inteiro, com iluminação, palco, cenário, maquiagem, figurino… Por estar pertinho da capital, também tive a oportunidade de ir para lá nos finais de semana para estudar flamenco”, conta.
Ao retornar formada para Vacaria, alugou uma sala para poder dar aulas, além de lecionar na escola de dança da professora Pituca e em Esmeralda, para mais de duzentas crianças. Quando sobrava um tempinho, Sully fazia cursos de Flamenco no extinto La Cueva, em Caxias do Sul, onde estudou por quatro anos.
Em 2013 apareceu a chance mais engrandecedora de sua vida artística. A vacariana foi para a Espanha, estudar no Centro de Arte Flamenco y Danza Española Amor de Dios, uma das escolas de dança flamenca mais conceituadas do país.
“Foi um verdadeiro choque de realidade. Tive colegas de várias nacionalidades e foi extremamente importante esse período para mim”, relembra.
Em 2014, Sully retornou para a Espanha, onde concluiu mais uma fase de seu aprendizado e no final do curso ganhou a Beca de Oro (bolsa de estudos integral) por destaque como aluna e bailarina.
“Nesse segundo ano consecutivo que fui para Madrid, comecei sentir muitas dores nos pés, pernas e tive alguns desmaios. Estava grávida e não sabia! Quando retornei ao Brasil fiz o exame, deu positivo e minha vida a partir de então começou girar em torno da gravidez e, posteriormente, da minha filha Bibiana”, diz a bailarina.
Nesses quase trinta anos dedicados à dança, apesar de não ministrar mais aulas, Sully ainda participa dos júris do 23 em Dança, coreografa para apresentações da Gincana de Vacaria, e integra o CTG Porteira do Rio Grande como solista vocal, além de continuar seus estudos em flamenco à distância, com a ajuda da professora Ana Medeiros.