Expedição: Vaticano

Cristian Paim Borges foi para a Itália em 2017 e lá só conseguia pensar em uma coisa: na vontade de levar sua família para conhecer aquele país cheio de encantos

01/05/2019 Expedição Carolina Padilha Alves

Cristian foi para a Itália pela primeira vez com o objetivo de finalizar sua cidadania italiana e permanecer por algum tempo viajando entre os países europeus, aproveitando para estudar fotografia e culinária, ambas prospecções de negócios para quando voltasse ao Brasil.

Em sua estada, morou em Milão, e notou que o comportamento dos italianos é muito parecido com o nosso, devido a colonização. O calor humano, o carinho, receptividade e as frases gritadas o lembraram muito suas raízes. Notou também que, ao chegar, tudo parece melhor. Porém, depois de um tempo, as opiniões começam a mudar. “Honestamente? Percebo apenas mais "tempo de preparo" deles, em relação a nós. Enquanto os brasileiros tem pouco mais de 500 anos de história, o berço do mundo é a Europa, logo, eles têm mais tempo de vida, mais experiência, e por isso mais organização”, reflete Cristian.

O viajante ainda complementa, dizendo que também viu a parte ruim de lá, como a corrupção e desonestidade do governo, na mesma escala e do mesmo modo escancarado que estamos acostumados a ver aqui.

Um detalhe importantíssimo desta história, é que pouco tempo antes de Cristian embarcar, sua mãe foi diagnosticada com seu segundo câncer, e aí a desistência da viagem quase aconteceu.

“Eu tinha decidido ir embora quando recebemos a notícia, e aí meu mundo caiu e desisti da trip. Porém, minha mãe insistiu para que eu fosse mesmo assim, e ao chegar lá eu só pensava que tinha deixado minha família para trás, passando por essa barra toda”, relembra.

Ao conhecer o Vaticano e adentrar a Capela Sistina, Cristian decidiu fazer uma promessa. “Pedi a Deus que se Ele me desse mais tempo com a minha mãe e a minha família, eu faria tudo, absolutamente tudo que pudesse pra levar eles até esse mesmo lugar, e proporcionar a mesma experiência que eu tive. Então, prometi que não cortaria mais o cabelo, nem a barba, e não beberia nada além de água até o dia que minha família entrasse na Capela Sistina ao meu lado”, conta.

Cristian passou mais de um ano sem tomar café, suco, leite, bebidas alcoólicas e até mesmo remédios de forma oral, brigando com os médicos para fazerem as aplicações sempre intravenosas.

Foi então que, no ano de 2018, Pedro, Neiva e Rafael (pai, mãe e irmão), realizaram o sonho de conhecer o Vaticano, e Cristian tomou sua primeira cerveja depois de tanto tempo.

“O único arrependimento foi não ter feito isso antes. A melhor experiência não foi viajar e conhecer tudo que minhas retinas registraram, mas sim, aprender a duras penas que a família é a parte mais importante de mim”, finaliza.

    




 

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