Quatro dias intensos no Marrocos. Essa foi a viagem de Eduardo Sozo e seu filho Gabriel que, em 2017, viveram a incrível experiência de conhecer os encantadores de serpentes, dormir em um acampamento no meio do deserto e andar em dromedários
Esta viagem incrível surgiu por causa de uma conexão que Eduardo escolheu. Seu roteiro principal incluía a Itália e a Bélgica, só que ao cotar as passagens, descobriu que a Royal Air Maroc tinha as tarifas mais baratas, com conexão estendida na África. “Pesquisei sobre o país, gostei muito e aproveitei para unir o útil ao agradável. Decidi reservar os últimos dias de férias para conhecer o Marrocos, antes de voltar para São Paulo, local onde hoje resido”, relembra ele.
O Marrocos tem uma cultura totalmente diferente do Brasil. Lá se fala o árabe, a maioria é da religião muçulmana e o sistema político é uma monarquia constitucional, com um rei (atualmente Mohammed VI, desde 1999), mas um parlamento eleito democraticamente. Em relação ao clima, é tropical e seco, pois a maior parte do território é desértico.
“Já que fomos no verão, pegamos temperaturas muito altas, como 46°C, com sensação de 50°C. Foi a maior temperatura que sentimos até hoje”, conta.
Sobre a gastronomia, o viajante destaca a harira, uma sopa feita com tomates, lentilha e grão de bico, carne, ervas e suco de limão, além do tagine de cordeiro com legumes (batata, cenoura e abobrinha cozidas), outro prato típico do país.
“Os marroquinos são muito amigáveis, fazem tudo para agradar os turistas, adoram os brasileiros e o futebol, tendo uma alma festiva como nós. Muita gente por lá fala português e espanhol. As agências de viagens inclusive oferecem o serviço de guias que falam os dois idiomas, o que facilita muito a viagem para nós. A proximidade do Marrocos com a Península Ibérica e a história da invasão moura explicam o aprendizado dos dois idiomas pelos marroquinos”, diz ele
Mas quando indagado sobre o que mais lhe impressionou nessa visita, Eduardo explica.
“Ver como as pessoas vivem e tiram o sustento de uma terra tão seca é algo que deixa o visitante boquiaberto. No deserto, eles cultivam tâmaras deliciosas mesmo com a escassez de água. Eles também extraem o óleo de Argan, um tipo de noz que só existe no país, tem propriedades medicinais e é conhecida no mundo inteiro. Eles ainda exploram o turismo, valorizando os costumes, a cultura e a história”, revela.
Ir ao Marrocos e não conhecer Marrakesh é como ir à Itália e não ir a Roma e ao Vaticano. A cidade já foi capital do país e tem como grande charme a Medina (cidade antiga, cercada por uma muralha). A Medina mais parece um grande labirinto, com casinhas típicas, e muita gente, feirantes, lojas de artesanato, roupas, tapetes e outros produtos típicos.
No coração da Medina fica a praça Jemaa El Fna, centro popular onde a gente mergulhou na cultura e na gastronomia marroquinas e onde você também encontra contadores de histórias, videntes, cartomantes e encantadores de serpentes.
Palácio da Bahia: Possui jardins com área de 8 mil m² e 150 divisões que se abrem para pátios interiores, todos ricamente ornamentados, com uso de muitos azulejos.
Mesquita Koutoubia: a maior mesquita de Marrakesh se destaca na paisagem por causa do minarete (torre) com 77 metros de altura.
Ait-Ben-Haddou: O local foi escolhido Patrimônio Mundial da Unesco em 1987 e já serviu de cenário para vários filmes famosos de Hollywood, como Gladiador, Lawrence da Arábia, Indiana Jones e Joia do Nilo.
Ouarzazate: Conhecida como Hollywood do Marrocos, já que lá estão os Estúdios Atlas, um lugar imenso com diversas locações, internas e externas. Ali já foram filmados inúmeros filmes e séries que têm o deserto como cenário.
Zagora: Zagora é a porta de entrada do Saara. Ali é possível acampar no meio do deserto, acampamento este que só é acessado por meio de dromedários. O local tem ótima estrutura para turistas, com acomodações muito confortáveis e apresentação com músicos locais.
Após todo esse conhecimento adquirido, Eduardo destaca pontos que poderiam ser melhorados em Vacaria, para que o turismo pudesse ser tão desenvolvido quanto o dos países que já visitou.
“Tudo começa pela valorização da cultura, dos costumes locais e a conservação de construções históricas. É preciso investir fortemente em roteiros que levem os visitantes a conhecer o que a região tem de mais atrativo. O município possui uma paisagem linda, campos, rios e lajeados, fruticultura e vitivinicultura com alto potencial, um rodeio internacional, a igreja matriz, os casarões do interior que relembram o passado da vida campeira e dos tropeiros dos Campos de Cima da Serra, mas ainda não descobriu como explorar tudo isso turisticamente de forma conectada, a ponto de gerar riqueza para pessoas e empresas”, conclui ele.