Hereditário e perpétuo

O Corcel II LDO 1979 já está na terceira geração da família de Mateus Pinto, sendo ele o atual proprietário, levando a história de seus avós e de seu pai sempre junto

01/08/2024 Inegociáveis Carolina Padilha Alves Andreza Fernandes


Seu Heitor Kramer Pinto tirou o carro zero em Vacaria, em 1979, pelo valor de 165.000 Cruzeiros, dados estes possíveis de averiguar na nota fiscal que está guardada até hoje. Após o seu falecimento, sua esposa, dona Ovilda, fez uso diário do veículo para cumprir com seus compromissos pessoais.

Quando ela veio a falecer, o Corcel ficou para o filho, Luis Heitor Hoffmann Pinto, conhecido por todos como Totonho, que, por anos, tratou de cuidar muito bem daquelas quatro rodas.

“Limpar o Corcel e sair para encontros de carros antigos, era uma programação que a gente sempre fazia junto. Ele o chamava de Fusion, e ia para todos os lugares com o carro”, lembra Mateus, rindo do apelido.

Infelizmente, em 2022, Totonho também veio a falecer, deixando a relíquia para os filhos, Mateus e Bernardo. Sem saber o que fazer, com a cabeça em meio a um turbilhão, decidiram vendê-lo para Everson Castilhos, um amigo que mora em Caxias do Sul, já que não tinham intenção de cuidar ou restaurar.

“O Everson acabou pintando, colocou a placa preta, providenciou tapeçaria nova nos bancos… Ou seja, fez tudo que meu pai queria ter feito em vida, mas por ter outras prioridades, nunca conseguiu pôr em prática esta vontade”, completa.

Seis meses depois da venda se passaram, até que Mateus estava em Caxias do Sul e ficou empenhado com seu carro, tendo que deixá-lo no mecânico. Foi então que seu amigo sugeriu que ele voltasse para Vacaria dirigindo o Corcel, para matar a saudade e ver como tinha ficado após a restauração.

“Chegando aqui, avisei o Everson que não ia mais devolver. Comprei de volta e sou muito grato a ele, pois acabou realizando o sonho do meu pai de arrumar o carro, e me despertou um significado que antes não existia”, afirma.

Depois de trazê-lo de volta à nossa cidade, Mateus começou a cuidar do automóvel, deixando sempre guardado na capa, e saindo uma vez por semana, em dias ensolarados, para fazer o motor funcionar e, claro, mostrar para todo mundo o já famoso Corcelão do Totonho.

“Me param na rua para olhar ele e falar do pai. Isso me enche de orgulho e sei que, se ele voltou para mim, é por que tem algum motivo. Participo de encontros de carros antigos com ele, e sei o quanto o pai deve estar me olhando, feliz com o rumo que as coisas tomaram”, finaliza o proprietário.

REDES SOCIAIS

FACEBOOK INSTAGRAM
O conteúdo das ofertas é de responsabilidade exclusiva de seus anunciantes.