Montando seu próprio roteiro

De 20 de Julho a 20 de Setembro de 2023 foi o período em que Felipe esteve fora, dividindo sua estadia em dois momentos. Primeiro, fez uma especialização em língua inglesa em NY. No segundo mês, fez um mochilão, indo de ônibus para outras cidades dos EUA, e cruzando a fronteira para conhecer o Canadá.

“Sempre programei bastante as minhas viagens, mas desta vez resolvi arriscar e ir decidindo o próximo destino na hora. Foi muito interessante ter que lidar com imprevistos, em outra língua, com pessoas desconhecidas. Isso foi o mais enriquecedor de toda a experiência”, conta ele.

Seus dias de passeio iniciaram por Boston, onde conheceu a Universidade de Harvard, fez a Trilha da Liberdade, que passa pelos pontos mais importantes e históricos da cidade, e foi no show do Guns and Roses no Fenway Park, estádio de baseball da equipe Boston Red Sox.

Em seguida, atravessou a fronteira para o lado Canadense, visitando três cidades: Montreal, Toronto e Ottawa, além de tirar um dia para admirar as lindas Cataratas do Niágara. “Uma surpresa que tive ao chegar no Canadá é que, em Montreal, basicamente, só se fala francês por conta de sua colonização. Portanto, tive bastante dificuldade na comunicação, e mais uma vez tive que me virar na hora”, declara.

De volta aos EUA, a próxima parada foi Detroit, que até meados dos anos 80 foi um município rico, onde se encontravam as fábricas de carros Ford e GM. Porém, com a entrada dos carros da Ásia, as montadoras quebraram e os trabalhadores foram embora, deixando suas casas para trás.

“Detroit é hoje uma cidade fantasma, abandonada. Lá entrei na primeira fábrica da Ford e no escritório do Henry Ford, criador da marca, lugares esses que eles mantêm abertos para visitação”, explica.

A melhor parte da viagem ainda estava por vir. O vacariano chegou até Nashville, no Tennessee, conhecida como cidade da música. Lá é considerado o berço do country e a principal fonte de renda vem da música. Nesta cidade ele adentrou o RCA Studio B, estúdio onde Elvis Presley gravou suas músicas, além de ir na Broadway Street, rua com bares dos dois lados, que funcionam 24h por dia, com bandas ao vivo tocando.

“Já na cidade vizinha de Lynchburg, entrei na Destilaria Jack Daniels, outro ponto interessantíssimo para quem gosta de whisky”, afirma.

E quem não gostaria de conhecer Graceland? O rancho do Rei do Rock fica em Memphis, onde Felipe passou o dia e fez a tour completa, entrando na mansão, visitando o túmulo de Elvis, e no museu que guarda suas roupas, carros e instrumentos musicais. “Na casa está tudo igual como quando ele faleceu. A família mantém da mesma forma os eletrodomésticos, a TV, mas nada pode ser tocado”, avisa.

Por fim, o viajante chegou a Dallas, no Texas, seu último destino antes de retornar para casa. Nesta cidade, é possível ver o exato local onde John Fitzgerald Kennedy, ex -presidente dos EUA, foi assassinado em seu cortejo, sendo atingido por várias balas disparadas pelo atirador, que estava na janela do prédio, a qual também é possível visualizar. “Em Dallas foi onde eu comi a melhor carne de toda a minha vida. Eles tem muitas churrascarias lá e o corte chamado Texas Brisket faz muito sucesso”, diz.

É importante ressaltar que nem todas as cidades, principalmente as mais interioranas, dispõe de rodoviárias como as que conhecemos no Brasil, o que tornou o deslocamento um pouquinho complicado.

“Quando tem, elas são umas casinhas, sem sala de espera, ou então as pessoas aguardam na rua mesmo. Peguei um recorde de calor, que chegou aos 42 graus, e ficar esperando ônibus com essas temperaturas não foi uma coisa fácil”, relembra ele.

Esta foi a décima vez que Felipe esteve em NY. Nos outros momentos em que foi para os Estados Unidos, locomoveu-se de trem entre os estados, indo de Nova York até Los Angeles, além de ter atravessado a Europa de Leste a Oeste. Com gosto afinado pela aventura, seu objetivo é sempre entrar em contato com outras culturas e em locais considerados extraordinários no mundo todo. Com certeza, essa foi só mais uma entre a coleção de viagens interessantes que ainda pretende fazer.