Museu a céu aberto

Daiane Tartari é mais uma vacariana que saiu de casa para descobrir o mundo. Depois de conhecer lugares como a Europa, América do Norte, América do Sul e Caribe, a arquiteta decidiu desbravar Istambul e nos conta tudo sobre essa viagem que aconteceu em 2019

01/08/2022 Expedição Carolina Padilha Alves

Todos os anos, Daiane Tartari e seu marido, Ricardo Brandão, escolhem um lugar do mundo para tirar férias. No ano de 2019, optaram por um país que pudesse ter uma maior imersão cultural, com costumes e tradições bem diferentes do Brasil. E foi então que veio a vontade de conhecer a Turquia.

“Sempre procuro agregar novos conhecimentos dentro da minha área profissional, e Istambul é um verdadeiro museu a céu aberto, regado de histórias e um misto de combinações que preserva o seu passado, mesclado a uma arquitetura moderna e descontraída, com muitas festas, lojas incríveis, bares, galerias de arte e pessoas do mundo todo”, explica ela.

Istambul, hoje é uma cidade moderna, com mais de quinze milhões de habitantes, considerada uma das mais importantes do país. Como sabemos, os turcos têm fortes alicerces religiosos e a grande maioria da população é muçulmana, mas o radicalismo dos muçulmanos não se aplica aos tempos modernos na cidade, fazendo deste um território mais liberal nesse aspecto.

“Isso quer dizer que você vai encontrar muitos casais de mãos dadas e mulheres sem véu, que trabalham, saem à noite e vivem suas vidas de forma independente. Burcas não costumam fazer parte da vestimenta das mulheres turcas, mas algumas ainda usam pelas ruas. Nós nos sentimos muito acolhidos e bem recebidos, eles adoram o povo brasileiro, e de cara quando perguntavam a nossa nacionalidade, logo estampavam um sorriso no rosto acompanhado das palavras futebol, Ronaldinho e Neymar”, relembra.

Na gastronomia, Daiane fala que lá existem várias comidas típicas, porém sua favorita ficou entre os doces, como o Turkish Delights, que são uns quadradinhos de vários tipos de nozes e castanhas, envoltos em um tipo de gel de amido e açúcar. Esse prato sempre vem acompanhado do tradicional chá Turco que é um chá-preto feito das folhas cultivadas na região do Mar Negro, e servidas num copo pequeno.

“Os turcos amam essa bebida de um jeito que eles não passam um dia sem tomar um ou dois copos de chá”, diz ela.

Sobre passeios que não podem deixar de ser feitos lá, na opinião da viajante, são:

Mesquitas: Entre as inúmeras existentes, as mais imponentes são a Mesquita Azul e a de Santa Sofia. Para entrar nesses lugares é preciso estar com o corpo todo coberto e, no caso das mulheres, cobrir o cabelo também. O ideal é que você já vá com uma roupa apropriada e leve um lenço, mas, caso você não tenha, eles te oferecem antes de sua entrada e os sapatos tem que ser retirados, com o simples propósito de manter a limpeza;

Grande Bazar: um dos mais antigos e maiores mercados cobertos do mundo. É um labirinto com lojas de produtos tradicionais, tecidos finos, tapetes, pedras preciosas, luminárias, tudo evidenciando a cultura turca;

Mar de Mármara: Um dos pontos altos da viagem e que recomendamos ter a experiência de tomar um bom chá turco acompanhado dos doces típicos e apreciando um pôr do sol incrível às margens do Mar de Mármara;

Passeio de barco pelo Bósforo: um canal que divide a cidade em duas partes, a européia e a asiática, fazendo a ligação do Mar Negro ao Mar de Mármara.

Os donos do pedaço

Uma curiosidade que chamou a atenção da viajante é que, em todo local, sem nenhuma restrição, via-se muito a presença de gatos, que passeavam por entre as mesas dos restaurantes, deitavam entre os artigos das vitrines, dormiam sobre os tapetes expostos à venda e sempre sendo muito bem tratados e mimados.

“Perguntamos a uma pessoa local qual a razão de tantos felinos e porquê eles tinham tanta liberdade de poder permanecer até mesmo dentro de locais de alimentação. Ele nos explicou que os gatos eram os animais preferidos de um certo sultão que não permitia que fossem maltratados, e desde então, proteger os gatos virou tradição. Os gatos são comunitários, há sempre uma tigelinha com água e comida em algum canto, nos espaços públicos”, aponta.

Um novo olhar após o retorno

Apesar de Daiane morar há oito anos no Rio de Janeiro, sempre que volta a sua terra natal, analisa coisas que antes passavam despercebidas.

“Acredito que uma atenção maior para o setor turístico, como no ecoturismo e no enoturismo, que foram modalidades que se desenvolveram muito nas últimas décadas, faria com que a cidade se desenvolvesse ainda mais. Vacaria é bem localizada, tem fácil acesso, lindas paisagens, construções imponentes como a Catedral de Nossa Senhora da Oliveira, a Casa do Povo do ilustre arquiteto Oscar Niemeyer, uma belíssima vinícola, o Parque das Cachoeiras, o Parque dos Rodeios, dentre outros”, completa.

Tanto esta viagem, como as demais feitas pela conterrânea, teve um saldo positivo em sua vida e a ensinou que, apesar das diferenças culturais, religiosas e econômicas, nós somos muito mais parecidos uns com os outros do que imaginamos.

“Estar com a mente aberta para aprender mais sobre o estilo de vida nos outros países, têm o poder de transformar ignorância em tolerância, além dos ensinamentos sobre empatia, relacionamentos e diversidade”, conclui.

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