No outro lado do mundo

Em 2014, Thobias Cardoso passou oito dias do outro lado do mundo, buscando trazer conhecimento e atualizações para seu trabalho aqui em nossa cidade. Na ocasião, ele passou pela cidade industrial de Toyota, por Kyoto, antiga capital do Japão, e também por Osaka, conhecida por ser um município portuário.

A trip do vacariano foi a trabalho, e por isso, durante o período em que esteve no Japão, ele realizou um treinamento com funcionários aposentados da Fábrica da Toyota Motor Corporation, onde teve a oportunidade de entender, visualizar e testar na prática o Sistema Toyota de Produção. Além disso, visitou e aprendeu sobre o processo produtivo das seguintes empresas: Toyota Motor Corporation, Centro de Distribuição Mundial da Toyota, Mitsubishi Electric Corporation, Omron Corporation, entre outras.

“Em todas as fábricas visitadas eu fui recebido com muita cordialidade. Ao adentrar em qualquer escritório ou área fabril, os funcionários levantaram-se e realizaram a reverência oriental como forma de cumprimento. Na estação de metrô, não existem cobradores e cada um é responsável e muito correto com relação ao pagamento de suas passagens. Apesar da grande população e da aglomeração das pessoas em pontos como este, não há “empurra-empurra” e o metrô cumpre exatamente o seu tempo de chegada e saída da estação. Nas ruas é raro encontrar lixeiras, mas nem por isso existe lixo espalhado pelo chão. Na maioria dos restaurantes devemos tirar nossos calçados na entrada e utilizar uma espécie de pantufa apropriada, disponível no local. Lembrando que para utilizar os banheiros destes restaurantes é feita uma nova troca de calçado para entrar e sair do ambiente. Também são distribuídos panos umedecidos em água bem quente para higienização das mãos e do rosto antes e após as refeições (o mesmo é ofertado dentro aviões das companhias aéreas japonesas)”, explica o viajante.

Como bem sabemos, a infraestrutura, a tecnologia e a mobilidade também são características marcantes no Japão. Thobias nos conta que em todos os locais por onde passou, existia internet wi-fi disponível, inclusive nas estradas. Em vários pontos das cidades era possível encontrar carregador para carros elétricos e locação destes tipos de automóveis, com sistema automatizado para pagamento por meio de máquinas de cartões disponíveis nos pontos.

“Muitas das tecnologias que conheci do Japão há sete anos atrás, hoje ainda não temos acesso no Brasil e outras estão ficando conhecidas apenas agora, como por exemplo: postos de abastecimento de carros elétricos, equipamentos eletrônicos e de telefonia móvel, robôs para diferentes atividades domésticas ou industriais, entre outros”, diz ele.

Thobias aponta alguns pontos turísticos que visitou, e que se destacam pela carga histórica e cultural, além da beleza extasiante:

Castelo de Nagoya: Localizado na cidade de Nagoya, o castelo é cheio de vida com muitas obras de arte e objetos históricos;

Kiyomizu-dera: conhecido como o “Templo da Água Pura”, é um dos templos mais deslumbrantes e famosos de todo o Japão, fazendo parte da lista dos principais patrimônios do mundo pela UNESCO;

Fushimi-Inari: um dos santuários mais típicos do Japão, com uma vista logo de entrada com um enorme portão vermelho, feito no estilo Tori;

Ninenzaka e San’nen-zaka: são dois famosos caminhos de 400 metros que levam até o templo Kiyomizu-dera. São estradas inclinadas suaves e estreitas com lajes e degraus de pedra. Ao longo das ruas, há muitas lojas de souvenirs, as lojas de kiyomizu-ware (uma cerâmica criada em torno do templo Kiyomizu), casas de chá e restaurantes japoneses;

Kinkaku-ji: (Templo do Pavilhão Dourado), é um templo zen budista, rodeado pelo Kyōko-chi (lago espelhado) e por um belo jardim. Sua estrutura é simplesmente fascinante pelo fato de ser praticamente todo coberto de folhas de ouro puro.

Thobias, que já viajou para vários outros lugares do mundo, acredita que alguns conceitos da cultura oriental são importantes de serem utilizados no dia a dia, principalmente em suas relações profissionais, onde muitas são internacionais. Mas nem por isso deixa de exaltar as boas referências que temos aqui no Brasil.

“Cada nação que visitei tem um pouco a ensinar. É importante utilizar as experiências fora do país como meio de enriquecimento cultural, que podem contribuir para o crescimento do local onde vivemos. Acredito que a partir do momento em que haja uma aquisição de mentalidade de respeito, educação e disciplina, o progresso acaba sendo intrínseco ao processo”, conclui o conterrâneo.