O mais desejado esportivo fora de série já concebido em solo nacional e sua viagem até Vacaria para realizar um sonho de adolescência
Quem vê a Boneca (apelido do Puma GTS 1981) passeando pelas tardes ensolaradas dos finais de semana vacarienses, nem imagina o quanto o Engenheiro Agrônomo Giovani Menegati sonhou e planejou até ter esse ícone da indústria brasileira roncando em sua garagem.
Desde a adolescência seu sonho era ter um Puma, e passou a juventude toda em busca do modelo perfeito, que fosse esportivo e o máximo original possível. Durante a época da faculdade Giovani chegou a ter outro cupê apaixonante: uma Santa Matilde, que o acompanhou durante o curso, e precisou ser vendida assim que a formatura chegou, afinal, era preciso comprar outro carro para o seu novo trabalho.
Muitos antes de imaginar vir para Vacaria, essa relíquia passou por um longo período de hibernação. O primeiro dono, ao adquirir o veículo, manteve ele guardado na garagem, intacto, dentro do estojo por longos seis anos, período em que viajou para a Europa. Quando foi adquirido, zero km, o Puma era vermelho, cor destaque dos modelos lançados no início da década de oitenta, porém, seu desejo era que ele fosse dourado, e assim o fez.
Os anos se passaram, até que a nostalgia abriu-se frente aos olhos do agrônomo, quando um amigo e segundo dono do Puma GTS apareceu com ele, e desde o primeiro contato iniciou-se uma negociação que levou cerca de quatro dos oito anos em que o amigo ficou com a relíquia, até ele ceder e finalmente vender a fera para Giovani. O carro estava em Curitiba, e ele viajou até metade do caminho, buscando-o em Erechim, local marcado para o encontro e realização do sonho.
Foi amor à primeira vista, e não foi só do Giovani. Sofia, a filha de 12 anos, é chamada de copiloto, pois é só ouvir o motor do Puma que ela está lá, posicionada, e auxiliando o pai nos passeios e até mesmo na estrada, mostrando que o amor pelos inegociáveis ultrapassa a barreira das gerações, e encanta até mesmo quem nasceu muito depois das máquinas. A menina é uma incentivadora da paixão do pai, e também uma apaixonada pela Boneca, a alegria da família.
O carro é 90% original, tem de alteração somente a cor e o estofamento dos bancos que é todo em couro, sendo que o original é de tecido. Embora haja inúmeras opções de compra de peças e adicionais, Giovani é enfático em dizer que o Puma GTS, que marca 20.857km originais, será o mais intocável possível. Na estrada o veículo já chegou a 140 km/h, e engana-se quem pensa que o vento atrapalha em algum momento, pois embora seja um conversível, o vidro frontal protege o motorista e o caroneiro.
Participou de apenas um encontro de veículos antigos, mas foi o suficiente para motivá-lo a viajar para exposições e atualmente faz parte de um grupo de apaixonados por esse hobby especial. O modelo aerodinâmico resiste muito bem a passagem do tempo, mostrando que além de remeter aos anos dourados, é uma realidade que encanta a todos que o encontram desfilando pelas ruas da cidade.
Segundo Menegati, o desejo é aumentar a coleção, mas vender seu sonho realizado: nem pensar.