O sertanejo atravessando gerações

Há cinco anos, o cantor se apresenta em bares da cidade e região com o grupo Moisés Silva e Banda

01/04/2021 Artistas Carolina Padilha Alves

Moisés Silva, cantor e músico autodidata, que aprendeu a tocar instrumentos de corda e a cantar sozinho, vem de uma família totalmente ligada à música, com iniciação dentro da igreja evangélica.

O vacariano ganhou seu primeiro violão aos doze anos e, na época, o que explodia nas rádios de todo país eram canções na voz de duplas como Bruno e Marrone, Zezé Di Camargo e Luciano, Chrystian e Ralf, entre tantas outras. Foi assim que nasceu a vontade de Moisés em tocar e cantar sertanejo.

“A verdade é que o estilo se mantém até hoje, atravessando gerações. É impossível uma pessoa ouvir Evidências, que foi lançada em 1990, e não sair cantarolando a música inteira em pleno 2021. As novas gerações também conhecem, gostam e continuam promovendo mudanças dentro do estilo”, comenta.

Durante dez anos de sua caminhada na música, Moisés foi convidado para tocar em conjuntos de baile, como nos Taitas e Banda Ciclone, e montou outros dois conjuntos, Mania de Amar e Sabor do Pecado. Também teve a oportunidade de compor músicas gaúchas, letra e melodia, para o grupo Hábito Fandangueiro pudesse gravar.

Há cinco anos, o cantor se apresenta em bares da cidade e região com o grupo Moisés Silva e Banda. Em sua formação, estão os músicos Bruno Amaral na gaita, Diego Borges no baixo, Eduardo Hoffmann na bateria, e para eventos maiores é escalado Leandro Lisboa no violão, além da dupla de sopro, Fabricio Nunes e Cleber Santos. “Na noite, mesclamos o sertanejo com pagode, já que são as mais pedidas do momento. Atendemos o gosto do público sempre que possível e tentamos agradar todas as faixas etárias que estiverem nos ouvindo”, explica.

Nos próximos meses, Moisés irá lançar seu terceiro videoclipe, sendo os dois primeiros feitos com músicas autorais, e este terceiro uma regravação.

“Há a chance de gravarmos o quarto clipe ainda este ano. Tenho várias músicas autorais em casa, esperando para serem lançadas, e o sonho de um dia gravar um DVD”, comenta.

Em 2020, em função da pandemia do Covid-19, Moisés fez três lives com a ajuda de patrocinadores, já que as apresentações presenciais foram proibidas. “Sou muito grato a todas as empresas e pessoas que acreditaram em nosso trabalho e nos ajudaram financeiramente a produzir as lives. Sabemos que tudo ficaria mais fácil se houvesse incentivo por parte da prefeitura, para que o setor artístico da cidade não passasse tanta dificuldade em produzir seu material”, desabafa o cantor.

Aos trinta e sete anos, Moisés dá aulas à domicílio de violão e canto, é motorista de aplicativo de transporte para ajudar na renda e ainda cuida de todos os detalhes de seu projeto musical. Ele é o responsável pelo marketing, venda, escolha de repertório, produção completa de lives, videoclipes e está sempre ligado em todos os lançamentos do setor.

Quando indagado sobre o futuro, ele nos conta outra pretensão.

“Penso em montar uma produtora, que faça tudo para os artistas locais, oportunizando que a preocupação deles seja apenas em tocar. A cidade é carente disso, de uma apresentação legal, criação de marca, uma arte bem feita, produção de palco, mídias sociais… enfim, tudo que é preciso para um início de carreira”, conclui o artista.

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