Para apresentar o Inegociável deste mês precisamos agrupar os pneus de um Porsche Cayenne – aro 18, faróis de uma Honda CBR 600, chassi de uma Variant, caixa de uma kombi e motor de uma Saveiro 1.8. Isto só para começar, porque para apresentar um triciclo, com todas as suas particularidades, seria preciso o triplo de linhas
Para apresentar o Inegociável deste mês precisamos agrupar os pneus de um Porsche Cayenne – aro 18, faróis de uma Honda CBR 600, chassi de uma Variant, caixa de uma kombi e motor de uma Saveiro 1.8.
Isto só para começar, porque para apresentar um triciclo, com todas as suas particularidades, seria preciso o triplo de linhas.
“O triciclo é um veículo entre uma moto e um carro”, explica Clóvis Ceron, chapeador e montador de Vacaria. Teoricamente, é uma moto sobre três rodas. Para Éverton Rigo Borges, 30 anos, proprietário do Veneno, o triciclo dispensa apresentações, pois é único.
Éverton afirma que o triciclo foi uma invenção vacariense. “Como é conhecido por aqui, com essa estrutura e formato, só existe aqui”, declara Éverton, referindo-se à carenagem. Há cerca de 12 triciclos na cidade. Mas daqui saem muitos outros para todo o Brasil. “Neste momento, estamos montando um triciclo para Bento Gonçalves e outro para Manaus”, conta Clóvis, com orgulho.
Há três anos, Éverton foi buscar em Porto Alegre dois carros arrematados em leilões que tiveram suas peças aproveitadas em triciclos.
“Eu tinha vontade de ter uma moto e na viagem conheci o pessoal que monta triciclos. Apaixonei pela ideia e logo encomendei o meu”.
Os triciclos podem mesmo ser encomendados e customizados, pois são construídos artesanalmente. É possível escolher parte de suas peças, o tamanho dos bancos, a cor, entre outros detalhes. Mas não pense que por ser artesanal, o veículo perde em performance, pelo contrário. O de Éverton ganhou o apelido de Veneno porque atinge a velocidade de 240km/h.
“Eu investi quase R$ 55 mil para fazer o meu, não o vendo por nada. Ofereceram até uma Harley em troca, eu não quis nem conversar”, conta Éverton.
Parece unânime a paixão dos donos pelos triciclos. E por que ela é tão forte? “O triciclo dá a liberdade de uma moto, mas é mais estável e seguro. E tem o conforto de um carro” conta Clóvis. Éverton afirma que o triciclo une pessoas. “Onde a gente para, sempre tem alguém que se aproxima para conhecer. Assim vou fazendo amigos. Além dos que já fiz. Temos um grupo de pilotos muito bacana. Sempre viajamos juntos.” Originalidade, liberdade e amizade. O que o triciclo dá, pelo visto, não tem nada de venenoso.