Parceira de vida

Paulo Macedo tem na garagem, há vinte e oito anos, uma F-1000 1982 que é seu verdadeiro xodó. Presente em muitos momentos importantes de sua vida, a F-1000 já tem herdeira certa e, por isso, promete continuar na família por muito tempo

01/09/2020 Inegociáveis Carolina Padilha Alves F18

Você acredita em amor à primeira vista? Pelo menos entre o carro e seu dono, Paulo acredita, sim! A F-1000 1982, mais conhecida por “camburão” pelos integrantes da família, estava sob propriedade de um amigo, na cidade de Caxias do Sul. Porém, quando o vacariano colocou os olhos nela, ainda na década de 80, ele não tinha o dinheiro suficiente para fazer uma proposta e comprá-la.

Passaram-se alguns anos e, em 1992, Paulo conseguiu trazê-la para casa.

“Depois de vinte e oito anos, a única vez que ela me deixou na mão na estrada foi quando estragou o alarme que corta o óleo diesel, há pouco tempo atrás. Pra mim, falar dela é igual falar de filho: só vejo qualidades”, comenta o dono.

Sem muita vaidade, a caminhonete é para uso diário e, principalmente, para levar a família toda para pescarias, acampamentos e até o sítio de Paulo. Extremamente macia, espaçosa, forte e com uma caçamba enorme, não é preciso levar barraca, já que é possível dormir dentro dela nos passeios.

Para deixá-la mais funcional, já que originalmente ela vem com apenas duas portas, o proprietário mandou fazer uma porta suicida, que possibilita a entrada e saída de pessoas nos bancos traseiros com mais facilidade. Por não ser 4X4, é preciso acorrentar os pneus de vez em quando, para garantir que ela não fique no atoleiro, fato que orgulha Paulo, já que as caminhonetes mais novas de seus amigos, muitas vezes, ficam empenhadas. Porém a F-1000, jamais!

O destino mais longo que o camburão já percorreu foi até o Paraná. A única vez em que foi batido, foi em uma viagem pela Serra da Rocinha, na qual um Monza, com o condutor embriagado, perdeu-se na pista e atingiu-o em cheio. Outro passeio aconteceu em São Marcos, quando foram prestigiar o encontro de carros antigos, mas preferiram não expor a F-1000. No entanto, isso não impediu que Paulo recebesse propostas de compra quase irrecusáveis.

“Financeiramente falando, seria um ótimo negócio vendê-la para colecionadores. Porém, ela já é considerada da família e quero que ela ainda traga muitas alegrias para as novas gerações”, afirma.

Paulo tem cinco filhos, porém Franciele é quem vai assumir a bronca. “Aprendi a dirigir nela, então acho estranho dirigir carro pequeno, de tão acostumada que fiquei”, conta a filha. A herdeira já deu dois netos para seu pai, Maria Eduarda e João Franchesco, os quais já demonstram adorar o automóvel e orgulhar o avô, caso mantenham a F-1000 na terceira geração dos Macedo.

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