Por dentro de Auschwitz

Fernanda Antunes é uma vacariana que reside em São Paulo há mais de vinte anos, mas durante sua jornada já morou em várias outras cidades gaúchas e em Londres. Essa sua paixão por viajar o levou para um dos destinos mais densos do mundo: a Polônia, onde encontram-se os campos de concentração de Auschwitz. Vamos descobrir juntos, em mais uma Expedição, como foi esta experiência diferente de todas que já contamos por aqui

01/05/2023 Expedição Carolina Padilha Alves

Foi em 2013 que Fernanda e seu ex-marido, Eduardo, realizaram o sonho de conhecer a Cracóvia, cidade que faz divisa com a República Tcheca e fica no sul da Polônia. Esta viagem também teve como destino a Bélgica e Praga, porém, o ponto alto das férias ficou por conta de Auschwitz: construído em 1940, era o campo principal e o qual detinha o centro administrativo do complexo dos campos de concentração, feitos com o objetivo de extermínio dos judeus.

“Sempre tive muito interesse em conhecer esse lugar, porque acho que é uma parte da história da humanidade que não pode ser esquecida ou deturpada para que nunca mais se repita”, explica ela.

Segundo a viajante, o micro-ônibus que leva para o passeio passa cedinho da manhã nos hotéis para buscar os turistas que encaram uma uma viagem de cerca de 70 km de Cracóvia até o campo.

Auschwitz é conhecido como hotel de luxo dos campos, pois os prédios são de alvenaria. Fernanda conta que não é um passeio fácil de fazer, já que você conhece os corredores por onde as crianças passavam e eram separadas das mães, um porão onde as pessoas eram colocadas de castigo por dias, ou até morrer, em pé, porque o espaço não era suficiente para sentar, uma sala cheia de cabelos que eram arrancados pelos alemães, tendo acesso a roupas e objetos de crianças que foram deixados por lá.

“Quando você acha que já viu tudo de mais horrível que um ser humano pode passar, chega a hora de conhecer outro ponto dos campos: o Auschwitz-Birkenau. O local, conhecido por ser a última parada do trem, se resume em galpões de madeira, onde judeus, deficientes, ciganos e todas as pessoas consideradas impuras pelo comando alemão, eram levadas para serem cremadas vivas.Também conhecido como Auschwitz II, este era o complexo de maior capacidade, já que concentrava as cinco câmaras de gás e os fornos crematórios utilizados para exterminar os prisioneiros. Acho que ali foi o momento que o meu mundo caiu. Não tem como não se emocionar”, relembra.

Fernanda afirma que, durante sua estada, foi muito bem atendida, e notou que as pessoas estão acostumadas a receber, informar e explicar, quantas vezes forem necessárias.

Descobrindo a Cracóvia

O lugar, que era para ser apenas um ponto de parada, acabou surpreendendo a turista pela beleza, limpeza, organização, comida boa e pela feira local com muitas coisas lindas para comprar, principalmente joias e objetos de decoração feitas de âmbar, uma resina que é típica do país.

A UNESCO reconheceu o Centro Histórico de Cracóvia como o Primeiro Patrimônio Mundial da Humanidade, em 1978. A cidade fez parte, juntamente com outros onze, dos primeiros lugares escolhidos no mundo a serem reconhecidos e preservados. Por isso, o que fazer na Cracóvia é o que não falta numa visita.

A cidade é cortada pelo Rio Wisla, que também passa por Varsóvia. Cracóvia é a capital cultural do país e tem mais de mil anos de história, sendo que já foi capital da Polônia por cerca de trezentos anos.

“Gosto de provar tudo que é típico, portanto já cheguei querendo experimentar os pierogis, parecidos com os nossos pastéis, que podem ser fritos ou assados, e são uma delícia”, diz ela.

Depois de ter viajado muito e conhecido partes diferentes do mundo, Fernanda faz críticas construtivas a sua cidade natal. “Vacaria tem uma catedral belíssima, acho que falta ao redor restaurantes agradáveis para as pessoas sentarem, enquanto vislumbram a construção. A região, que possui um clima frio, atrai para beber um vinho, comer um queijo e, como disse anteriormente, porque não fazer isso enquanto admira a igreja?”, indaga.

Por fim, a entrevistada destaca a importância de conhecer outras culturas e ter contato com outras línguas.

“Tudo isso é indispensável para abrir a mente. Eu faria tudo de novo. É bom poder ir e voltar, sem perder as raízes, sem perder a noção de quem somos”, conclui ela.

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