O Opala, ano 79, da família Grando é o “predador”. Exagero? Com o motor de uma lancha, o Opala é tão potente que é capaz de alcançar uma velocidade que nem sua estrutura é capaz de suportar
É a lei da natureza. Um é presa outro predador. O Opala, ano 79, da família Grando é o “predador”. Exagero? Com o motor de uma lancha, o Opala é tão potente que é capaz de alcançar uma velocidade que nem sua estrutura é capaz de suportar. “Não sei a quanto chega, nem vou testar. Só sei que deixa todos os outros carros para trás. Se fosse comparar com os motores atuais, seria um 6.0”, conta José Antônio Grando Neto, um dos donos.
José e seu irmão Duda herdaram do pai a paixão pela velocidade. A família toda já pilotou e competiu. José foi bicampeão de Endurance(protótipo). Parou de competir em 95, mas confessa que ainda não fez sua última corrida.
“Quem pilota um dia sempre fica na esperança de receber outro convite” revela.
Quem faz convites frequentes a José é a filha Maria Eduarda, 5 anos. “A Duda está se apaixonando pelas pistas. Ela pede para eu ensiná-la a dirigir um kart. Já o Opala, ela nem lembra”, conta. “Lá em casa sou só eu que gosto do Predador. Mantenho-o por puro prazer de dirigir”, conta. Se o Opala não toca o coração dos filhos e da esposa, o de Zé transborda sentimento pela máquina. José gosta tanto que sente ciúmes.
“Não gosto muito quando as pessoas se apóiam ou encostam nele. Cuido muito para que não estrague” confessa José, que guarda o Opala sob uma manta para preservá-lo até do pó.
O resultado de tanto cuidado é visível. O capô que expõe o carburador do super motor está sempre reluzente e a lataria, impecável. A parte interna, toda original, está bem conservada. “Dia desses em um shopping em Caxias, parecia que eu estava estacionando uma Ferrari tamanha atenção que chamava”, conta José. Pelo visto o Opala não é só predador de outros carros, é também de olhares.
Ed. 28 - Abril 2011