Professora, terapeuta e escritora internacional

Graduada em Psicologia, com diversas especializações em sistemas familiares, organizacionais, neurociências e ciências vibracionais, Daniele Tedesco foi pioneira em mentorar e lecionar Constelações Sistêmicas no meio acadêmico no Brasil, em cursos de Mestrado e Pós Graduação na área de Direito, Psicologia e Administração, em universidades renomadas como UFSC, PUC, Fundação do Ministério Público, Escola dos Advogados OAB e Avantis.

É co-fundadora da Systemic School e diretora do Instituto Internacional Daniele Tedesco, tendo criado diversos métodos de ensino certificados por órgãos competentes para a pacificação interpessoal, como o curso de Conciência & Comunicação Sistêmica e Intuition, primeiro curso de Desenvolvimento de Intuição do Brasil.

Certificada British Psychological Society e Master Trainer em Constelações Organizacionais INFOSYON na Alemanha, ela possui diversos textos e entrevistas publicados em jornais, revistas e televisão no Brasil e no mundo e é autora do livro Conexões Invisíveis (publicado em inglês e português).

Seu trabalho chegou ao comitê de espiritualidade da ONU, Organização das Nações Unidas, tendo a missão do Desenvolvimento Humano & Pacificação de Conflitos, através de educação e filantropia.

Com essa incrível bagagem, Daniele nos explica um pouco sobre o desenvolvimento de seu trabalho na psicologia organizacional e nos elucida questões cotidianas do trabalho que podem estar diretamente ligadas ao convívio no núcleo familiar.

Para entender as empresas, precisamos primeiro entender o funcionamento das famílias

Sempre acreditei que a principal origem dos conflitos e dificuldades grupais estivessem relacionadas ao aprendizado de convívio no núcleo familiar. Esse conhecimento pode ser utilizado para a harmonização das convivências, através de uma pessoa, em diversos contextos que envolvam pessoas, grupos e conflitos.

As constelações sistêmicas traduzem-se em uma técnica em que é possível observar estas interações de forma tridimensional, através de maquetes utilizando pessoas como representantes ou também bonecos.

Algumas aplicações são: perceber mais informações dentro de uma questão para tomada de decisão, processos de sucessão, questões específicas de empresas familiares, diagnóstico e harmonização de questões familiares complexas, conflitos entre pessoas envolvidas de forma afetiva profissional ou em litígios na justiça e muitas outras aplicações que envolvam pessoas e ciências humanas.

Os benefícios dessa metodologia incluem ter mais qualidade de vida e nos relacionamentos, visão do todo, mais inteligência emocional e soluções para questões aparentemente complexas envolvendo pessoas de forma rápida, simples e eficaz, observando a interação entre um grande número de elementos e informações em interação, e não apenas um ângulo da questão.

Assim, a ampliação de consciência e o direcionamento das tomadas de decisões que fazem nas pequenas atitudes do dia a dia ou também para projetos de vida ou profissionais a longo prazo adquirem maior probabilidade de acertos, clareza, sucesso, colaboração, acordos e melhor convivência entre os envolvidos.

A vida moderna e a forma como a criamos trouxe consigo a desconexão e desalinhamento com aquele que é o maior de todos os sistemas e a que todos nós pertencemos: a natureza. Perdemos a visão do que é essencial, a nossa conexão e dependência dos recursos naturais e a interconectividade de todos os seres vivos, que costumavam viver em uma cadeia perfeita de interdependência, mas que extintos pelos seres humanos colocaram em risco a nossa própria vida.

Por exemplo, precisamos dos alimentos que vêm da terra para viver, mas as queimadas e desmatamentos constantes tornaram inúmeras áreas férteis em solos improdutivos, com erosão e extinção dos diversos micro organismos necessários ao plantio. E o que falar da água e dos lençóis freáticos, dos quais depende a fertilidade da terra e produção de alimentos?

O ser humano avançou muito nas questões científicas e tecnológicas, mas perdeu de vista a reação em cadeia e as consequências de comportamentos e hábitos de vida insustentáveis e desordenados, que não levaram em conta a preservação dos recursos naturais e a importância do próprio convívio humano como sociedade.

Em uma visão aplicada ao dia a dia, podemos perceber que hoje grande parte das pessoas vivem emaranhadas em sofrimentos causados por problemas criados por elas mesmas ao perderem de vista o que é essencial em suas vidas.

Para tecermos uma vida baseada em virtudes que nos permitem ter melhor convivências com as pessoas que estão em nosso convívio, sugiro:

Em primeiro lugar ampliar a consciência sobre a própria vida e atentar para o fato de estarmos conectados uns aos outros de forma quase telepática, assim como em uma floresta as árvores e organismos comunicam-se através de uma linguagem universal que determina como cada elemento vivo deve se comportar com relação uns aos outros para o convívio entre as espécies e harmonia do ecossistema, onde cada um possui um papel definido.

Por exemplo, as abelhas auxiliam na reprodução das plantas através da polinização e isso beneficia tanto as abelhas quanto as plantas, e assim sucessivamente. Ninguém ensinou a estes organismos o que eles devem fazer quando nascem e qual o seu papel no sistema. Da mesma forma, nós, seres humanos, temos “intuições” naturais sobre o nosso lugar no mundo, sobre onde está a nossa realização e qual o nosso papel para o bom convívio nos sistemas a que pertencemos.

Perdemos o “feeling” desta consciência por conta de excesso de informações e do estilo de vida insustentável que construímos globalmente, que agride e destrói não só o ecossistema como um todo, mas também o convívio entre as próprias pessoas, nas famílias, trabalho, no desempenho da cidadania e convívio em comunidade.

O processo de tecer uma nova vida inicia-se através da transformação da consciência individual, da mudança de comportamentos, hábitos e estilo de vida que não condizem com o que faz bem para você mesmo (e consequentemente possam afetar de forma negativa também a vida de outras pessoas ao seu redor), olhar para os problemas que estão exatamente ao seu redor, primeiramente em sua casa, depois em seu trabalho, seu bairro e iniciar assim um processo de busca por soluções nas comunidades que você faz parte.

Segundo as melhores fontes de pesquisa internacionais sobre comunidades inteligentes, a única saída para os seres humanos construírem vidas mais realizadoras sem dependerem da iniciativa de outros é unir-se em comunidades melhorando gradativamente a forma de vida em seu entorno.

Assim são as comunidades do mundo que apresentam os melhores índices de felicidade, saúde e vida sustentável para todos. Há comprovações científicas de que comunidades auto-reguladoras, ou seja, que organizam-se a partir do convívio entre as próprias pessoas, tendem a encontrar equilíbrio a partir de regras de convivência que vão se criando de acordo com as necessidades do todo. Há uma inteligência natural que rege este convívio e organiza as pessoas em torno de propósitos que são comuns para todos.

Nesta forma de organização, o próprio sistema tende a repelir pessoas que possuam o que chamamos de “consciência de prisioneiro”, que são pessoas que não conseguem conviver em comunidade, pensando apenas em benefício próprio e assim corrompendo regras intrínsecas de convívio. A grande questão é que convívio harmônico depende em absoluto de vínculos de confiança construídos uns com os outros.

Na sociedade como um todo construímos um sistema fragmentado e criado a partir de castas, em que produzimos diversas “mentes de prisioneiros” e com esta carência de consciência de grupo perdemos a confiança uns nos outros.

Mas em pequenas comunidades é possível resgatar isto, pois existem milhares de pessoas de bem querendo fazer algo bom pelo mundo. E estas precisam identificar umas às outras e começar a tecer relações de confiança e de convívio saudável, onde todos saem ganhando através de ajuda mútua.

E tudo isso pode ser melhor compreendido através do livro “Conexões Invisíveis”, disponível para aquisição no site www.amazon.com.br