Revolucionária

A CB 750 Four, mais conhecida no Brasil como Sete Galo chegou atropelando as outras motos. Foi tão inovadora que só não faliu a Harley-Davidson porque o governo norte-americano a salvou

01/05/2011 Inegociáveis Giana Pontalti Vinicius Todeschini

Dizem que o ronco é culpado pela separação de muitos casais por aí. Definitivamente atrapalha as relações. Para seu Emílio dos Santos Camargo Filho, 49 anos, o ronco o seduz.  Não se refere a sua esposa Eliane que, diga-se de passagem, não ronca. Refere-se a sua CB 750 Four 1976, a moto que comprou há oito anos e habitou seus sonhos mais de 30.  “O ronco dela é sensacional. Faz tanto barulho que parece um avião chegando”, conta Emílio, orgulhoso.
A CB 750 Four, mais conhecida no Brasil como Sete Galo chegou atropelando as outras motos. Foi tão inovadora que só não faliu a Harley-Davidson porque o governo norte-americano a salvou. 
Chegou ao Brasil em um raro período de importações, entre 1968 e 1976, despertando paixões.

“Foi objeto de desejo de uma geração. Ter uma, é resgatar a história, é voltar ao passado e relembrar a juventude”, declara Emílio.

O dono cuida da moto com o mesmo carinho que cuida dos objetos que coleciona. O bancário tem um verdadeiro museu em casa. “Quando eu era pequeno faltava muita coisa lá em casa. Por isso guardo e restauro os objetos, tenho respeito por eles”, confessa Emílio. 
A CB 750 Four ganhou o respeito de Emílio, dos críticos e dos motociclistas. O motivo? Trouxe tecnologias revolucionárias, quebrando paradigmas. Seu primeiro modelo atingia de 0 a 100 km/h em apenas seis segundos. Isto em 1969!

“A Honda teve de criar até um curso de pilotagem por causa dela”, lembra Emílio.

Além da aceleração surpreendente, a CB inovou apresentando acionamento hidráulico dos freios. Depois dela, as curvas e a frenagem nunca mais foram as mesmas. 
O visual também fez história. Os cromados e escapamento 4x1 emprestaram charme único à moto. Até hoje é referência para projetistas. Mas o sucesso veio mesmo com o ronco e o estranho barulho que seu Emílio não deixa esquecer: “Quando se engata a primeira marcha, a moto faz um click. Tem gente que pensa que ela tem problema”. Não é por nada mais, nada menos que a nipônica foi eleita pela imprensa especializada, na Europa, a moto do século XX.

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