Símbolo e herança cultural

A Casa do Povo tornou-se cartão postal da cidade, pela sua beleza, exuberância e importância, já que é a única obra do famoso arquiteto Oscar Niemeyer no estado do Rio Grande do Sul. Vamos contar a história desta construção, assim como ressaltar as mudança pelas quais passou durante seus mais de trinta anos de existência

01/01/2022 Especiais Carolina Padilha Alves Penélope Fetzner e Jair Prandi

Inaugurada em 1988, pela prefeitura de Vacaria, para servir de salão polivalente voltada a eventos, manifestações culturais e artísticas, a Casa do Povo tornou-se cartão postal da cidade, pela sua beleza, exuberância e importância, já que é a única obra do famoso arquiteto Oscar Niemeyer no estado do Rio Grande do Sul.

O empreendimento possui uma área construída de 3.588,47 metros quadrados, em terreno urbano de 9.229,38 metros quadrados com aclives. É composto internamente por um anfiteatro acarpetado, climatizado e acústico, com cabine para controle de som e luzes, com 320 poltronas fixas e um palco com 2 aberturas. Do outro lado há o salão maior, com espaço para 2 mil pessoas. No subsolo fica a área de camarins, com escada que dá acesso direto ao palco. Seu formato cilíndrico com janelas circulares é uma marca registrada do arquiteto e há informações que o tipo de palco que a Casa do Povo possui, foi o primeiro palco com abertura para dois ambientes que Oscar projetou.

Interditada em 1997 pela ocorrência de problemas construtivos aparentes, cogitou-se implodir o prédio, devido ao alto custo para revitalização, ficando fechada por 15 anos.

Porém, em 2006 foi criada a Associação dos Amigos da Casa do Povo, formada por voluntários e sem fins lucrativos, que tem como presidente Paulo Ossani. A associação, juntamente com o poder público, conseguiram aprovar um importante projeto para revitalizá-la.

“A ideia de unir esforços surgiu como forma de dar guarida jurídica para o projeto de revitalização da Casa do Povo, via Lei Rouanet. Decidi encabeçar a organização para cuidar da reforma como um todo e arrecadar fundo junto às empresas com as quais eu tenho bom trânsito. Acredito que, quanto mais eventos e espetáculos voltados para o povo, melhor é para nossa cidade”, diz Paulo.

Sua reinauguração ocorreu em 2012, sendo este o mesmo ano de falecimento do arquiteto que a projetou. O nome do empreendimento passou a ser Centro Cultural Marcos Palombini - Casa do Povo, e teve um investimento de mais de R$ 3 milhõe de reais, sendo preservados os aspectos originais da construção, por tratar-se da obra de uma pessoa tão importante quanto Oscar, conhecido mundialmente. Durante a reforma, o arquiteto e sua equipe acompanharam a obra, para que o prédio não perdesse as características originais.

Hoje, o local possui uma agenda cheia de eventos. São realizados: formaturas, seminários, recitais de música, teatros, palestras, cursos, workshops, feiras, convenções, eventos religiosos, entre tantos outros. Qualquer pessoa da comunidade pode agendar um evento cultural, desde que esse evento seja aberto à comunidade, portanto, não é permitido a organização de eventos particulares. As taxas cobradas são utilizadas para a manutenção do prédio.

Centro de multiculturas

Em 2020 a Casa do Povo passou a ser um complexo, abrigando também a Biblioteca Pública Municipal - Teobaldo Paim Borges e o Museu Municipal - Dr. Adhemar Martins Pinotti, já que a primeira estava instalada em um prédio alugado no centro da cidade, enquanto o segundo ficava no bairro Vitória.

A biblioteca conta com um acervo que gira em torno de 23 mil títulos, incluindo neste número livros infantis, livros em braile e áudio livros, não possuindo setor de periódicos. Considerada uma das principais bibliotecas públicas da região dos Campos de Cima da Serra, agora com muito mais espaço do que no prédio antigo, a biblioteca está setorizada, disponibilizando computadores para pesquisa e também o ambiente kids, para receber as crianças da melhor maneira, despertando desde cedo o gosto pela leitura.

O acervo da Biblioteca Pública Municipal pode ser acessado online, basta buscar o link no site do Município: Biblioteca Pública Municipal. Ali podem ser feitas consultas pelo assunto, autor ou título da obra.

“Como projeto para breve, iremos iniciar uma Biblioteca Digital, com acesso a livros digitais, e-books, e à plataformas que permitem acesso a milhares de títulos”, explica Cirano Cisilotto, bibliotecário.

Existe também a Associação Amigos da Biblioteca Pública Municipal - ABT. Esta é uma entidade sem fins lucrativos, aberta para quem desejar atuar no apoio às ações da biblioteca. A ABT promove o “Clube de Leitura: Semente Literária”, com encontros regulares, uma vez por mês, na biblioteca, para conversarem sobre obras de literatura. Outras ações são: "O dia em que a cidade lê e se encanta" e o "Sebo: livro na mão" com venda de livros usados, com valor muito baixo.

Já o museu foi criado em 1996, na gestão Palombini, e conta com itens importantíssimos para a história e cultura de nossa cidade, como: Pedra Jesuítica, Lança Farrapa, Acervo Carlos Rigotti, Cabine Telefônica, Acervo Cinema, Estátua em Bronze El Guasqueiro, Fivela do Coronel Virgílio Rodrigues, entre outros.

A mudança de local da biblioteca e museu valorizou ainda mais a Casa do Povo como um ponto turístico e centro cultural, além de prometer aumentar o fluxo de visitação quando a pandemia acabar. Por enquanto, a data de reabertura ao público, para as partes do museu e biblioteca, está indefinida.

Borges de Medeiros 1987 - Centro - Vacaria /RS

Contato Biblioteca: (54) 3232-5114

Contato Museu: (54) 32315371

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