A Itália é referência mundial na fabricação de acordeons e, por isso, o acordeonista vacariano Uiliam Michelon foi para lá buscar seu instrumento de trabalho
2014 foi o ano em que Uiliam Michelon arrumou as malas e partiu em direção à Itália, para buscar seu acordeon cromático de botões, da marca Pigini, encomendado com tempo e feito no país que é referência mundial na fabricação desse instrumento.
Lá, além de ter respirado muita música, Uiliam aproveitou para conhecer a cultura deles como um todo. Ele nos conta que, a culinária, por exemplo, assemelha-se muito ao que temos o hábito de comer por aqui, como massas, polenta, carne, e um grande consumo de frutos do mar e peixes. Porém, o que mais lhe chamou atenção na vivência, foi o fato de, tudo que for feito, será bem feito.
“Me parece que não só na Itália, mas na Europa toda é muito raro ver construções mal-acabadas, lixo pelas ruas ou locais de comércio com mal aspecto. Há um cuidado enorme com os detalhes. Prezam muito para que a paisagem seja agente do bem-estar”, explica.
Em sua estada, Uiliam ficou dois dias em Castelfidardo, distrito da cidade de Loreto, onde visitou o Museo Internazionale della Fisarmonica (Museu do Acordeon), que é um prato cheio para quem se interessa por instrumentos musicais e história. Passou também por Magliano di Tenna e pelas lindas praias de Porto San Giorgio e Sirolo. E claro que não poderia deixar de ir a Roma, onde encantou-se com a Basílica de São Pedro e com o Museu do Vaticano.
“Em todos os lugares fui tratado com muita educação. O povo é amigável e franco. Percebi que raramente irão falar algo somente para te agradar ou apenas manter uma boa relação contigo. Se for necessário, falarão francamente mesmo que isso soe, para nós brasileiros, como indelicadeza”, comenta.
Ao retornar, o músico percebeu algumas atitudes que poderiam ser tomadas em nosso entorno, tanto pelos governantes, quanto pelo povo. Ele considera que esse cuidado com a paisagem, com a estética dos lugares, é talvez uma das coisas que mais ajudam a trazer qualidade de vida para as pessoas.
“Mudar os ares e conhecer novos horizontes é revelador! Isso também nos faz perceber o valor que a nossa casa tem. Pensando localmente, noto que, apesar de termos uma praça linda em nossa cidade, penso que podemos atuar nisso, melhorando a apresentação de nosso comércio, nossas casas e ruas”, reflete o viajante.
Para concluir, Uiliam divide conosco o prazer em ter descoberto o quão grande o mundo é depois dessa trip inesquecível. Seu acordeon, o qual usa até hoje para trabalhar, estudar, dar aulas e se apresentar Brasil afora, é o artigo pelo qual mais tem apego e carinho.
“É reconfortante sentir que, na maioria dos casos, as pessoas são boas e simples. Percebi, de maneira ainda mais nítida, a importância da cultura no desenvolvimento de uma sociedade, de um povo”, finaliza, nostálgico.