Táxi por mais de duas décadas

O Passat Special 1986, serviu como táxi durante vinte e dois anos para seu antigo dono. Agora, tem os cuidados e descanso merecido na garagem de Felipe Ceron, depois de tanto tempo levando vacarianos para todos os cantos da cidade

01/02/2022 Inegociáveis Carolina Padilha Alves Penélope Fetzner

Aos oito anos de idade, Felipe Ceron passava todos os dias na praça Daltro Filho, para ir e voltar da escola, e sempre avistava aquele Passatão estacionado no ponto de táxi, esperando o próximo cliente. De tanto analisar o carro, Felipe ficou amigo do então proprietário, Lauvir Boeira, e em uma de suas conversas, deixou um recado.

“Eu afirmei a ele que um dia aquele carro ia ser meu. É claro que ele riu, pois jamais esperava ouvir aquilo de uma criança”, relembra.

Os anos se passaram, Felipe tornou-se maior de idade, e foi então que o taxista colocou o Passat à venda, já que precisava de um veículo mais novo e moderno para continuar exercendo sua função. O valor pedido era R$4.500, porém Felipe não dispunha do valor total.

“Me desfiz de outro carro velho que eu tinha e ainda pedi um pouco emprestado para familiares. Fiz tudo que estava ao meu alcance, pois não podia deixar passar aquela oportunidade”, conta ele.

O Passat passou a ser seu melhor amigo de todas as horas. Felipe usava-o para ir para a faculdade, festas, viagens, e recorda-se de ser considerado brega por preferir um carro dos anos 80, ao invés de uma caminhonete rebaixada, que era moda na época.

Doze anos depois, o Passat branco paina, movido a álcool e quase completando 300 mil km rodados, ainda possui estepe original, manual com as revisões, chave reserva, apresentando apenas retoques na pintura.

“Meu pai me aconselhava ter um Passat, pois na sua juventude ele era considerado carro de luxo. Tenho orgulho em dizer que o carro nunca quebrou, nunca me deixou na mão e só me trouxe alegrias”, diz ele.

Felipe manteve sua amizade com o antigo dono, indo até em seu aniversário de oitenta anos. Infelizmente, o taxista veio a falecer, e hoje Felipe é amigo de seu filho, Leonardo, mantendo a ligação com a família de quem lhe proporcionou tanta felicidade.

O Passat já participou de encontros de carros antigos em São Marcos, Lages, Passo Fundo e Erechim, mas em nossa cidade sai da garagem apenas para dar aquela voltinha, retornando em seguida para o bom e velho descanso.

“Todo mundo que me encontra, pergunta dele como se fosse alguém da família. Posso me desfazer de qualquer outro bem material na vida, menos do Passat”, finaliza o proprietário, convicto.

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