Gilberto Maciel Padilha é mais um caminhoneiro vacariense com uma trajetória marcante de momentos na boleia
Vida de caminhoneiro não é fácil. O trabalho desgastante, a distância da família e os perigos que o caminho apresenta são alguns dos percalços que esses motoristas enfrentam diariamente. Gilberto, conhecido pelos colegas como Tio Patinhas, passou por altos e baixos em sua profissão. “No ano de 2009 forcei o meu organismo a trabalhar mais horas do que deveria, pela pressa de entregar uma carga. Acabei pegando no sono e capotando o caminhão, que girou três vezes na pista”, relembra.
Gilberto recebeu a ajuda de boas pessoas nesse acidente e que o salvaram naquele momento. “Estava muito longe de casa, na divisa entre a Bahia e Pernambuco. Com ossos do corpo quebrados, recebi ajuda do vice- prefeito da cidadezinha próxima, que colocou alguns de seus capatazes para cuidar dos meus pertences, enquanto outras pessoas me levavam ao hospital. Quinze dias depois, um casal que ia de Fortaleza para o Rio Grande do Sul, me trouxe a Vacaria”, recorda.
De volta à cidade, Gilberto precisou de um ano para se recuperar através de cirurgias, fisioterapia e repouso. Quando reassumiu a boleia, os contratempos não pararam. O caminhoneiro, atualmente, transporta carga refrigerada, uma das mais visadas pelos saqueadores. Por isso, convive com assaltos corriqueiros na região do estado do Rio de Janeiro. Outra grande dificuldade encontrada por esse profissional é a distância das pessoas que ama.
“Quando comecei a dirigir, não me toquei de quantos finais de ano, almoços de domingo, Natais e aniversários da minha filha eu perderia ao longo da vida”, desabafa.
Contudo, a vocação herdada de seu pai, Vercidino Maciel Padilha, que também foi motorista de caminhão, ônibus e táxi em Vacaria, é o que o motiva a arrumar as malas e botar o pé na estrada.