Presente do vô

Desde pequeno Matheus tinha uma certeza: o Fusca 1300 1974, que era de seu avô, um dia também seria dele. Estava prometido e toda a família já fora avisada. A herança se revelou maior do que o esperado, já que além do Fusca, o Seu Rech impulsionou também uma paixão, compartilhada pelos netos Matheus e Maitê.
Aos 13 anos de idade, Matheus era muito novo pra dirigir (ok, ninguém acreditou), mas já aproveitava suas tardes livres para iniciar o processo de restauração, lixando ele mesmo toda a pintura, que foi concluída anos mais tarde em uma chapeação. O Balaio, como o Fusca é conhecido na família, ainda ganhou uma nova suspensão e rodas de tala alargada. Através da internet foram encontradas as calotas e a corneta EMPI, genuínas para Fusca, que vieram dos Estados Unidos.
Logo que conseguiu a habilitação para dirigir, Matheus reuniu alguns amigos e foram passar um final de semana em Floripa. Na volta, quem deu adeus foi o motor; Estourado, deu lugar a um novo, dessa vez de 1600 cilindradas. Em todo o processo, Matheus estima ter investido aproximadamente 20 mil reais. As propostas para recuperar o valor investido chegaram, mas ele não é muito afeito a se desfazer de suas raridades. Quem sabe muito bem disso é sua irmã.
Maitê Rech, que influenciada pelo irmão começou a participar de encontros de veículos antigos, acabou se apaixonando pelos clássicos da Volkswagen até decidir que também queria ter o seu. Tentou comprar de seu irmão um outro modelo, que está na garagem de casa, mas ouviu um não do irmão mais velho. Por remorso, ou não, Matheus ajudou a irmã a encontrar o seu primeiro veículo.
E foi na Avenida Beira Mar de Floripa que eles o encontraram. Um Fusca ano 1969, de goleirinha, guiado por um senhor que se assustou com a abordagem da dupla. A negociação deu certo, e o Fusca veio a Vacaria, onde ganhou customização no estilo Rat Rod. A ferrugem “controlada”, a faixa lateral e as rodas BRM dão o tom e marcam a personalidade do Fusca da Maitê.