Raridade desde a fabricação

Tudo começou quando Luiz Antônio Soldatelli foi a Nova Petrópolis, a pedido de seu pai, buscar o que, na época, já era uma raridade: um Passat Nigéria 1987 0 km, feito para uma série especial, com apenas duas portas, interior todo na cor vermelha e ar condicionado. O carro já era considerado raro pois, apesar de ter sido fabricado no Brasil, ele era exportado para os países do Oriente Médio e, por isso, o opcional do ar condicionado era norma, já que lá o calor é imensurável. Aqui, ficaram apenas alguns como excedente de produção.

Dois anos após a compra, a irmã de Luiz Antônio esfolou a porta do veículo e, desgostosa com a situação, a família decidiu vendê-lo. O comprador foi Hermes Longhi, que deu de presente para sua esposa e fez os reparos necessários no Passat para poder usá-lo diariamente.

Mais de trinta anos se passaram, Hermes e seu filho mais novo, Cristiano, desfrutaram bastante do carro e fizeram alguns reparos, como o motor, que originalmente era o MD, tinha 72 cavalos e 4 marchas, mas com a alteração, hoje passou a ter 100 cavalos e 5 marchas.

Cristiano, que atualmente assumiu os cuidados com o Passat, já conseguiu o tecido original para refazer os bancos e quer restaurá-lo por inteiro, para deixar viva a memória de quando o mesmo chegou em Vacaria.

Apesar de nunca ter sido exposto em encontros de carros antigos, a relíquia recebe muitas propostas de compra, principalmente por colecionadores do modelo.

“Já vi muitas coleções de Passat, em que os caras não tem nenhum desses, por isso ele se torna tão diferente e original. Não pretendemos vendê-lo, mas sim passá-lo para as próximas gerações da nossa família”, comenta o filho.

Vicente, filho de Cristiano, com apenas três anos de idade, já adora dar voltas no carro de seu avô. Hermes, por sua vez, sente-se orgulhoso em ver diferentes gerações envolvidas com essas quatro rodas que carregam tantas histórias e lembranças.