Lico Soldatelli montou seu antiquário em Vacaria há seis anos, porém, começou a unir peças raras muito antes disso. O espaço, que conta com uma infinidade de itens desconhecidos pelas novas gerações, é uma verdadeira viagem no tempo para quem gosta de conhecer ou estudar evidências materiais ligadas ao passado
A palavra antiquário, pode se referir tanto a uma loja, quanto ao comerciante ou dono do estabelecimento e também ao estudioso, pessoa que se dedica ao estudo de antiguidades, procurando entender a história de cada produto.
Neste caso, vamos apresentar o Antiquálico, espaço que Lico Soldatelli criou por puro hobbie, mas que já ficou muito conhecido pelo público por se localizar numa região central da cidade.
“Guardo coisas antigas há mais de vinte anos, e como em casa fica difícil organizá-las, trouxe tudo para este prédio”, explica ele.
O acervo é extremamente diversificado. Entre placas, chaveiros, mobiliário de tudo que é tipo, bruacas, vestimentas, instrumentos musicais, brinquedos, garrafas e latas, máquinas de escrever e de costura, eletrônicos, peças comemorativas de marcas mundiais, como a Coca Cola, o proprietário se diverte revivendo o passado.
“Algumas coisas eu compro, outras eu ganho ou acho. Já cansei de ir em ferro velho ou em pavilhões que estão desmanchando e encontrar artigos como escrituras de fazendas de Vacaria, datadas em 1935. Sobre as demais peças, prefiro não restaurar, nem fazer polimento, mas apenas limpá-las para manter como estão. Não pego nada quebrado ou faltando pedaços, e dou preferência para o que é da nossa região”, comenta.
Lico nos conta que muita gente chega e pede quanto custa tal peça. Também acontecem comparações do lugar com o programa Trato Feito, da Discovery Chanel, onde as pessoas levam itens raros para serem negociadas. Mas no Antiquálico a regra é clara: nada está para venda!
“Não é um negócio. Faço por que gosto de manter a história viva, preservo as origens e tento tomar conhecimento, mesmo que minimamente, sobre a funcionalidade de cada objeto”, afirma.
Com o tempo, o número de antiguidades foi crescendo, tornando o ambiente pequeno para alocar tudo. O entusiasta comenta que, no início, pensou em setorizar as peças, mas que como foi tomando outra proporção, ele desistiu, arrumando cada coisa que chega aonde couber. Ele também pensa em reformar, quebrar uma parede e aumentar o local futuramente.
O local também virou ponto de encontro dos amigos do proprietário, que passam para tomar um café ou chimarrão, e jogar conversa fora. Sua família o incentiva nesta atividade, trazendo itens diferentes quando encontram. E para concluir, quando indagado sobre sua peça favorita, ele responde.
“Não diria que tenho alguma favorita, mas confesso que me apeguei em algumas. São todas especiais por algum motivo em específico e fico contente em poder mantê-las inteiras até as próximas gerações chegarem” finaliza, orgulhoso.